O objetivo do artigo é avaliar se o fluxo de caixa operacional sobre passivo total (FCOPT) é relevante para melhor estimar a previsão de falência de empresas brasileiras abertas, no período de 2008 a 2019. A justificativa para a inclusão de tal indicador é baseada no fato de ele ser uma medida da capacidade das empresas de pagarem suas dívidas com o caixa gerado com suas operações. Foram construídos seis modelos de regressão logística com amostra pareada para empresas que faliram e não faliram no período: três baseados na literatura (ALTMAN, 1968; SANVICENTE e MINARDI, 1998; ROCHA, 2017) e três acrescidos da variável FCOPT para validar sua significância na previsão de falência de empresas brasileiras. O fluxo de caixa apresentou relevância estatística, e, de maneira geral, a área sob a curva ROC foi maior em todos os modelos em que a variável foi adicionada, o que indica que a inclusão de FCOPT traz uma melhor qualidade aos modelos de previsão de falência. A variação da área sob a curva ROC do modelo de Altman melhora em 2,2% com a inclusão de FCOPT; nos demais modelos, em 3,8%. Considerando dois anos antes da falência, essa variação melhora em pelo menos 11%. Outra contribuição do artigo é a forma como os modelos de previsão são avaliados e comparados, usando a curva ROC, que balanceia sensibilidade e especificidade dos modelos preditivos.