O intenso crescimento territorial e populacional pelo qual as cidades vêm sofrendo, integrado a um mau planejamento e descaso aos espaços verdes, causam danos ao meio ambiente, e consequentemente promovem impactos sobre a saúde, o conforto e as atividades dos citadinos. As praças têm papel fundamental na melhoria do microclima e do conforto térmico, além da melhoria da qualidade do ar, escoamento e absorção das águas pluviais. Logo, faz-se necessário o planejamento da arborização em praças públicas nas grandes metrópoles. A Cidade de Fortaleza não possui um estudo do modelo de arborização adotado em suas praças, assim como, um planejamento que privilegie árvores mais adaptadas ambientalmente e funcionalmente, de preferência nativas, que atendam às necessidades climáticas e sustentáveis. O objetivo desse trabalho foi analisar, identificar, quantificar espécies arbóreas existentes em 11 praças públicas do Município de Fortaleza (Estado do Ceará, Nordeste do Brasil), além de estudar as influências das mesmas no conforto térmico e malha urbana. Por meio de excursões a pé realizou-se o estudo, uma planilha padrão foi utilizada para anotação dos dados obtidos nos locais, assim como utilização de máquina fotográfica. Foi utilizado um termômetro digital infravermelho Modelo ST-500 para medição de temperatura em campo. Foram desconsideradas para o estudo, árvores mortas, mudas, arbustos e forração, consideraram-se apenas árvores cujo porte seja maior que 3 m. A aferição de temperatura foi obtida em dias ensolarados e sempre no mesmo horário (11:30 h) em face da cobertura vegetal em diferentes materiais de piso (cimentado e grama), analisou-se o estado fitossanitário das espécies mostrando aquelas que estão potencialmente afetadas por pragas e doenças, além daquelas espécies que interferissem em pisos, sistemas e redes elétricas e hidráulicas dos espaços. Foram registrados 1023 indivíduos distribuídos em 20 famílias, 76 gêneros e 63 espécies nas praças estudadas. Observou-se que o número de espécies exóticas (59,84%) supera o número de espécies nativas (40,16%), constatou-se que há grande predomínio da Família Arecaceae (29,25%), e em seguida a Família Fabaceae (22,04%) em todas as praças estudadas. Detectou-se diferenças significativas nas temperaturas das praças estudadas. Observou-se que há influência das árvores sobre a malha urbana (19,71%): com ênfase em quebra de calçadas e interferência na fiação elétrica aérea. Constatou-se a influência real da cobertura vegetal no conforto ambiental das praças, no que diz respeito à temperatura e conforto ambiental, imprescindíveis à qualidade de vida nas cidades.