Estrutura da comunidade arbórea e efeito de borda em Florestas Estacionais Semideciduais

Abstract

Efeito de borda são modificações ambientais que, por sua vez, alteram a estrutura e a composição da vegetação marginal em uma floresta. Assim, o objetivo deste estudo foi verificar o comprimento, em metros, da faixa exposta ao efeito de borda em dois fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual. O trabalho foi executado em duas áreas distintas. Em ambas as áreas foram plotadas 30 parcelas de 10 x 10 m, demarcadas a partir da borda florestal, dispostas em três transectos, nos quais foram amostrados e identificados todos os indivíduos com circunferência a 1,30 m de altura e diâmetro ≥ 15 cm. Para a avaliação da abrangência florística do método e suficiência amostral, foi elaborada a curva espécie-área, baseada na distância em relação à borda e calculada a regressão que melhor se ajustou à curva. Em seguida, dois dendrogramas de similaridade foram elaborados, baseados na presença/ausência das espécies em cada parcela e no número de indivíduos por parcela. No total, foram amostrados 955 indivíduos arbóreos. A curva espécie-área de um dos locais de estudo estabilizou a partir dos 40 m, indicando que nesta faixa não houve aparecimento de novas espécies. No entanto, a curva retomou aumento a partir de 50 m. Na outra área, a estabilização na riqueza das parcelas ocorreu a 60 m da borda, com aumento no surgimento de novas espécies a 70 m. Em uma das áreas avaliadas, o efeito de borda atingiu 30 m em direção ao interior da floresta, enquanto na segunda área avaliada, esta distância foi de 70 m.

Análise cienciométrica do efeito de borda em florestas de 2001 a 2022

“…Os estudos relacionados ao efeito de borda têm sido fundamentais para auxiliar pesquisadores e técnicos do setor florestal e ambiental na tomada de decisões (SILVA et al, 2021). Nesse sentido, a cienciometria tem se mostrado uma ferramenta capaz de auxiliar e acompanhar o desenvolvimento das pesquisas científicas relacionadas a esse tema (ZHANG et al, 2020).…”

Comportamento de deposição de serapilheira e estoque de carbono em Floresta Estacional Semidecidual

“…O Cerrado apresenta formações vegetais mais distintas e ricas em biodiversidade do mundo (COLLI et al, 2020) e fica localizado no centro-oeste do Brasil, sendo o segundo maior bioma do país, cobrindo uma área de 23% da superfície total do Brasil (GRANDE et al, 2020). O bioma Cerrado se estende por 1.389 municípios, incluindo todo o Distrito Federal e grande parte do estado de Goiás (97%), além dos estados do Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, e Tocantins (VILELA; SILVA, 2021;ICMBio, 2023).…”

“…A área experimental consiste em uma transição das fitofisionomias de Cerradão para Floresta Estacional Semidecidual. As espécies arbóreas presentes que apresentaram maiores valores de importância na área são Sclerolobium paniculatum, Qualea grandiflora, Tapirira guianensis, Myrcia splendens, Xylopia aromática, Qualea parviflora, Terminalia argentea, Emmotum nitens, Caryocar brasiliense e Virola sebifera(SILVA et al, 2021).…”

Desenvolvimento Sustentável: A Produção De Biogás E Os Objetivos De Desenvolvimento Sustentável

“…velhas práticas não sustentáveis da agropecuária, industrialização e expansão urbana desordenadas, consumo excessivo, lixo e poluição(SOS MATA ATLÂNTICA, 2022). Entre as formações florestais deste bioma a Floresta Estacional Semidecidual (FES) é a mais ameaçada, por ter sido a mais prejudicada por ações antrópicas, restando atualmente apenas 3,4% dos originais 37,3 % de ocorrência no território do Paraná (CAMPOS; a densidade de árvores dos 35 m em diante Silva et al (2021). em florestas estacionais semideciduais ressalta o efeito de borda pelo menos até 30 m da borda, com variação ao longo da floresta de fatores bióticos como a umidade relativa, intensidade luminosa, temperatura e velocidade dos ventos.O levantamento florístico é um estudo, ou ainda uma ferramenta conforme Oliveira (1998), que proporciona reconhecer a riqueza de espécies da flora(SCHORN et al, 2014), ou seja, descrever qualitativamente a composição de espécies de determinado componente de modo rápido e eficaz na obtenção de informação(PINTO et al, 2013), inclusive em áreas recuperadas ou em estado de regeneração, para avaliar as condições atuais ou monitorar o desenvolvimento(MOURA et al, 2022).…”