Se os direitos humanos encontram ambiente de desenvolvimento inseguro nos regimes cujas escolhas públicas são orientadas pelas regras de mercado, também encontram ambiente frágil na democracia liberal. A democracia liberal -descritiva, procedimental e até certo ponto minimalista, preocupada prioritariamente em assegurar formalmente as liberdades individuais clássicas -enfrenta na atualidade aguda crise, com suas históricas conquistas sendo ameaçadas por ideias populistas e antidemocráticas. O presente artigo, dialogando com os estudos sobre democracia e liberalismo, analisa a relação entre a democracia liberal e os direitos humanos, para, ao final, apontar a necessidade de que a democracia, para a sua própria sobrevivência, alargue seus horizontes rumo à promoção dos direitos humanos para além das liberdades clássicas, visando à construção de uma sociedade materialmente igualitária.