Análise descritiva das dimensões do burnout: um estudo com jovens trabalhadores

Abstract

Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições desde que o trabalho original seja corretamente citado. Resumo: Introdução: A literatura indica que jovens são mais suscetíveis a vivenciarem pressão e estresse no trabalho e apontam que essa população é mais inexperiente, tem dificuldade de controlar sua atividade laboral e de desenvolver papéis de agente. Assim, é importante pensar sobre o trabalho de jovens e os sofrimentos mentais que podem acarretar em patologias ou transtornos comportamentais do trabalho. Objetivo: Investigar o burnout analisando como estão configuradas a realização profissional, exaustão emocional e despersonalização no trabalho de jovens trabalhadores. Método: A pesquisa é exploratória, descritiva, de campo, quantitativa e com utilização de análise estatística descritiva uni e bivariada para analisar as respostas obtidas através do Inventário Maslach Burnout (MBI). Resultados: Através do MBI, aponta-se que os jovens apresentam altos níveis de realização profissional, o que parece incentivar índices de baixo a médio nas dimensões da exaustão emocional e despersonalização. Embora o burnout não tenha sido identificado, os comportamentos de risco experimentados por jovens são notáveis através dos valores máximos encontrados nas dimensões do inventário. Conclusão: A pesquisa não identificou resultados semelhantes com estudos atuais sobre burnout e jovens, indicando a necessidade de propor métodos de mensuração quantitativos mais específicos e pesquisas com abordagens qualitativas para melhor compreensão das idiossincrasias de jovens trabalhadores brasileiros. A existência de jovens que responderam valores altos para exaustão emocional ou despersonalização, indica que é necessária a reflexão sobre a individualidade desses trabalhadores, assim como os fatores subjetivos do trabalho que influenciam diretamente na vida do jovem e no seu desenvolvimento nas atividades das empresas. Palavras-chave: Burnout, Saúde do Trabalhador, Juventude, Saúde Mental.Abstract: Introduction: The literature indicates that young workers would be more susceptible to situations of pressure or stress that shake the human psyche, since this public is indicated as being more prone to oppressive and violent circumstances at work. Thus, the onset of suffering from work is frequent, leading to work-related pathologies or behavioral disorders related to work. Objective: To describe the dimensions of burnout syndrome discussed by the Maslach model in the context of young workers. Method: Characterized as exploratory, descriptive, field, quantitative, and using uni and bivariate descriptive statistical analysis to evaluate the responses obtained through the Maslach Burnout Inventory (MBI). Results: Through the MBI, it is pointed out that young people

Saúde ocupacional dos trabalhadores no contexto das organizações: estresse percebido e estresse avaliado

“…Nessa fase, o estresse começa a se tornar agravante na vida da pessoa, cabendo ao indivíduo que se encontra nela tentar lidar com as situações estressantes, a fim de retomar o equilíbrio, tentando amenizá-las e retirá--las de sua rotina. Disfunções comumente encontradas nesse período são: problemas de memória e gastrointestinais, alterações no sono e alimentação, irritabilidade excessiva, entre outros (Lipp, 2003;Lipp, 2005;Souza et al, 2019). Além disso, o adoecimento crônico decorrente do estresse pode ocasionar comprometimentos no âmbito do trabalho, como informado pelos entrevistados ao responderem, em especial, às questões 2 e 4.…”

“…Além disso, o adoecimento crônico decorrente do estresse pode ocasionar comprometimentos no âmbito do trabalho, como informado pelos entrevistados ao responderem, em especial, às questões 2 e 4. Esses dados de insatisfação no trabalho e adoecimento resultantes da prática laboral corroboram estudos recentes (Pie et al, 2020;Souza et al, 2019).…”

“…O impacto negativo do estresse ocupacional sobre os trabalhadores tem se mostrado um importante determinante social da saúde, uma vez que, por conta dele, as pessoas se mostram mais suscetíveis a novas formas de comorbidades, como o adoecimento físico e emocional (Hirschle & Gondim, 2020;Souza et al, 2019). Em suas pesquisas, os autores apontam para a necessidade não somente de maiores estudos na área, como também para enfoques na prevenção do estresse ocupacional aos trabalhadores, visto que ele pode afetar na qualidade e na segurança dos serviços prestados.…”

“…O estudo de Farah, Barros, Farias Júnior, Ritti-Dias, Lima, Barbosa e Nahas (2013), por exemplo, investigou a percepção de estresse e associação de atividades físicas em 1.910 trabalhadores da indústria, e concluiu que a ausência de atividades físicas está diretamente ligada a maior chance de percepção negativa de estresse. Dessa forma, a visualização do estresse percebido é importante, em especial no contexto organizacional, a fim de auxiliar a identificação dos fatores que podem gerar situações estressantes e aumentar a capacidade de o indivíduo lidar com as mesmas (Souza et al, 2019).…”