Desenvolvimento de cartilha como tecnologia educacional para alívio da dor do parto

Abstract

Conflitos de interesse: nada a declarar. ResumoObjetivo: Descrever os processos de construção e validação de cartilha educativa sobre métodos não farmacológicos para alívio da dor no trabalho de parto e parto.Métodos: Estudo metodológico, realizado em três etapas. Na primeira, foi realizado levantamento bibliográfico para seleção dos conteúdos referentes à temática. Na segunda etapa, realizou-se validação com 24 juízes de conteúdo e três juízes técnicos. Na terceira etapa, ocorreu validação pelo público-alvo, com 30 gestantes. O período do estudo foi de setembro a novembro de 2018. Foi utilizado o editor de planilhas do Office para análise dos dados.Resultados: O nível de concordância atribuído pelos juízes de conteúdo e técnicos esteve entre 97,2% e 98,9% e entre 83,3% e 100%, respectivamente; o Índice de Validade de Conteúdo global foi de 0,92 e 0,97, respectivamente. Na avaliação realizada com o Suitability Assesment of Materials, os juízes de conteúdo classificaram a cartilha como "superior", com média de 85,2% e os técnicos com média de 77,5%. O públicoalvo validou a cartilha com Índice de Validade de Conteúdo global de 0,98 e nível de concordância de 99,7%.Conclusão: A cartilha educativa mostrou-se válida para ser utilizada junto às gestantes, sendo considerada tecnologia educativa inovadora e relevante na utilização em consulta pré-natal.

Utilização De Métodos Não Farmacológicos Como Alternativa Para O Alívio Da Dor Em Parturientes

“…No âmbito fisiológico, o parto normal é a forma natural de promover o nascimento, podendo ser visto como um método mais seguro e com melhor perspectiva de recuperação para a mãe quando comparado com os partos cesáreos. Entretanto, apesar de seus benefícios, o medo e a ansiedade com relação a complicações e à dor desencorajam muitas gestantes a optarem pelo parto normal, caracterizando fatores importantes para o aumento das taxas de cesáreas eletivas, o qual, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), está além dos valores aceitáveis para casos não patológicos (Balsells et al, 2023;Mascarenhas et al, 2019).…”

“…No Brasil, anualmente ocorrem 3 milhões de partos, em que 55,5% são por cesáreas, ainda que haja crescente incentivo ao parto normal, com a criação de mais Centros de Parto Normal e de fortes movimentos a favor desse método. Semelhantemente, mundialmente as taxas de cesarianas estão elevadas e com tendência ascendente (Bento et al, 2022;Balsells et al, 2023;Mascarenhas et al, 2019).…”

“…Entre essas ações, os métodos não farmacológicos constituem várias estratégias de cuidado que podem ser ofertados às parturientes para minimizar os eventos estressores durante o TP e o parto, os quais auxiliam no alívio da dor com conforto e sem efeitos prejudiciais para a mãe ou para o bebê (Bento et al, 2022;Balsells et al, 2023).…”

“…Instituídos pelo Ministério da Saúde, os cuidados não farmacológicos são opções que objetivam o processo de humanização dos partos e o provimento do alívio da dor da parturiente durante seu TP, aplicados para substituírem técnicas invasivas, analgésicas e anestésicas (Klein;Gouveia, 2022;Bento et al, 2022;Mascarenhas et al, 2019). O que pode contribuir para o encorajamento da mulher no pré-natal pela opção do parto natural, acarretando em seu protagonismo no processo de parturição, para, assim, evitar intervenções médicas desnecessárias, além de contribuir para a melhoria do apoio da equipe de saúde prestado à parturiente e o favorecimento do processo de humanização do parto (Balsells et al, 2023).…”