Circunferência da Cintura, uma Medida Simples para a Obesidade Infantil?

Abstract

A obesidade infantil continua aumentando em todas as regiões do mundo, sendo considerada um dos grandes desafios de saúde pública. A prevalência aumentou de menos de 1% em 1975 para 5,6% em meninas e 7,8% em meninos em 2016. 1 No Brasil, os dados também são preocupantes, uma vez que no último levantamento oficial realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), constatouse que entre 2008 e 2009, 51,4% dos meninos e 43,8% das meninas com idade entre 5 a 9 anos apresentavam sobrepeso ou obesidade. 2 Crianças e adolescentes com obesidade têm cinco vezes mais chances de serem obesos quando adultos. 3 Além do mais, a obesidade na infância está associada com a elevação da pressão arterial, resistência à insulina, diabetes mellitus, dislipidemia e com o aumento da morbimortalidade cardiovascular na idade adulta. 4 Por isso, é importante identificar o excesso de gordura corporal nesta população e criar estratégias para prevenir o desenvolvimento de doenças crônicas no futuro.Com o objetivo de detectar crianças e adolescentes com risco cardiometabólico, sugeriu-se o uso de indicadores antropométricos como ferramentas de triagem epidemiológica, uma vez que são métodos não invasivos, de baixo custo e de fácil aplicação. 5,6 A circunferência da cintura (CC) por exemplo, é um indicador de adiposidade central relacionada a complicações metabólicas da obesidade na população pediátrica. 7,8 Porém, ainda não existem pontos de corte de CC padronizados para classificação de adiposidade abdominal em crianças e adolescentes, o que torna o seu uso limitado.Estudos descrevendo valores de percentis para CC têm apresentado resultados diferentes, uma vez que os valores de CC podem ser influenciados por idade, sexo e grupos étnicos, 9-11 dificultando o estabelecimento de valores de referência globais para essa medida antropométrica. Na edição atual dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Santos et al., 12 publicaram estudo longitudinal, realizado com 22.000 crianças (11.199 meninos) com idades entre 6 e 10 anos de idades, matriculadas em escolas públicas e particulares de 13 cidades do estado de São Paulo. Os autores apresentaram curvas de referência da CC específicas para idade e sexo e pontos de corte para identificar crianças com risco de obesidade. Os autores descreveram que aproximadamente 30% das crianças apresentaram excesso de gordura, sendo classificados com sobrepeso ou obesidade, conforme o índice de massa corporal. As análises da curva ROC mostraram o percentil 75 como ponto de corte ideal para risco de sobrepeso e obesidade e que a obesidade é claramente diagnosticada nas crianças com a CC classificada a partir do percentil 85. 12

O peso elevado pode influenciar o desenvolvimento motor da criança de zero a dois anos?

“…Further studies on the topic are essential since childhood and adolescence obesity rates are growing. Overweight children aged six months are 50% more likely to become obese adults, reflecting increased cardiovascular and metabolic consequences 16 .…”

Impactos Negativos Da Obesidade Durante a Infância E O Aspecto Protetivo Do Exercício Físico E Atividade Física

“…Aranha e Oliveira. (12) 2020 Circunferência da Cintura, uma Medida Simples para a Obesidade Infantil?…”

O Manejo Da Dislipidemia E Da Obesidade Infantil Na Contemporaneidade

“…Esses fatores têm ganhado visibilidades na contemporaneidade, uma vez que os números de pacientes pediátricos acometidos por essas doenças vem aumentando no mundo (GOMES et al, 2017;ALMEIDA et al, 2018). Ademais, toda criança com obesidade possui maior risco de se tornar um adulto obeso, sendo que por volta de 80% dos pacientes adolescentes obesos, continuam obesos quando adultos (CORRÊA et al, 2020;ARANHA & OLIVEIRA, 2020).…”

“…É importante frisar que o tratamento da dislipidemia e da obesidade infantil deve ser multidisciplinar, havendo a participação de médicos, psicólogos, assistente social, nutricionistas e educadores físico, com o intuito de promover qualidade de vida, segurança e bem estar para esses pacientes (GOMES et al, 2017;CAMPANHOLI & WEFFORT, 2019;ARANHA & OLIVEIRA, 2020). Sendo assim, as características peculiares e individuais de cada criança e adolescente avaliado poderá ser exploradas positivamente pelas ações de controle da dislipidemia e da obesidade para esse grupo de pessoas (SILVA et al, 2018).…”