O artigo apresenta alguns dos resultados de projetos de pesquisa desenvolvidos na Mesopotâmia dos rios Araguaia e do Peixe a partir da distribuição espacial dos sítios arqueológicos, pontos prováveis e da escavação dos sítios Cangas I e Lago Rico, o que permitiu estabelecer considerações e hipóteses relacionando-os com questões como a apropriação, construção e usos da paisagem por grupos pré-coloniais. Como este texto aborda diferentes perspectivas, antagonismos e tentativas de aproximações analíticas, a paisagem também se insere neste contexto, podendo ser lida de forma produtiva por meio de diferentes paradigmas teóricos, se estabelecendo, assim, como um rico campo de pesquisa para a arqueologia. Tratar da apropriação e construção da paisagem é tratar das relações das pessoas com a paisagem. O texto explora as tensões criadas por essas diferentes leituras, procurando pontuar as alternativas analíticas que podem ser empregadas para a interpretação do conjunto de evidências relacionadas à Mesopotâmia.