“…Em segundo lugar, a aposta de Oiticica no supra-sensorial divergia de Zé Celso, visto que este, mesmo que com intenções críticas -de mostrar o absurdo brasileiro e elaborar uma deseducação pela imagem, parodiando a cultural oficial ufanista (Pestana, 2012, p.116) -, carregava as imagens de certa mitologia tropical; como, por exemplo, nos cenários e figurinos confeccionados por Hélio Eichenbauer, com participação direta do próprio Zé Celso, para a encenação de O rei da vela -travejadas de coqueiros, cores da bandeira nacional, riqueza vegetal etc. Poder-se-ia argumentar, que, mesmo almejando o supra-sensorial, a obra Tropicália, do artista visual carioca, ressalta elementos exotizantes (Marino, 2021), feito a encenação da peça de Oswald de Andrade pelo Oficina. Não obstante, para construção de nosso argumento a respeito das apropriações da antropofagia, é necessário ressaltarmos também as diferentes ideias que faziam do legado antropofágico -além de seus resultados estéticos.…”