A Influência Dos Direitos De Transmissão No Jornalismo Esportivo: Um Estudo Com Jornalistas Sobre a Cobertura Dos Jogos Paralímpicos Rio/2016

Abstract

O objetivo da investigação foi caracterizar influências da detenção dos direitos de imagem e transmissão no processo de produção de notícias sobre os Jogos Paralímpicos Rio/2016. Esta pesquisa foi de cunho qualitativo, descritivo, exploratório e se inspirou em algumas características dos estudos de newsmaking. Entrevistamos 15 jornalistas e editores de diferentes grupos de mídia e jornais do país que cobriram o megaevento esportivo. As definições e delimitações do fazer jornalístico pautadas pelas questões comerciais, como por exemplo os limites de tempo e espaço para entrevistar os atletas e a dificuldade de, por vezes, eles acessarem ídolos esportivos regionais para a cobertura noticiosa direcionada a localidades específicas, indicam que, quando não se possui os direitos de transmissão, se restringe a amplitude e a complexidade das informações a serem recolhidas pelos jornalistas para a produção das notícias.

A cobertura jornalística das copas de 2019 no Globoesporte.com: indícios da midiatização do futebol de mulheres

“…Entretanto, o caráter continental da competição dos homens diante da dimensão global da Copa do Mundo, por si só é motivo suficiente para a dedicação e envio de uma equipe mais ampla para a cobertura do evento futebolístico delas, tal como é recorrente em redações de veículos nacionais nos períodos de realização de megaeventos como Copas do Mundo de Futebol Masculino e Jogos Olímpicos (Borelli e Fausto, 2002). Ademais, esperava-se que com a detenção dos direitos de transmissão televisiva para a tevê aberta no país, as Organizações Globo fariam maiores investimentos na cobertura jornalística da Copa do Mundo de Futebol Feminino e, em especial, da seleção brasileira, assim como tem-se identificado nos estudos que observam a influência e relação direta da detenção dos direitos de transmissão com o interesse pela promoção da cobertura jornalística de variadas manifestações esportivas (Almeida e Franceschi, 2019; Santos et al, 2020).…”

A mídia relacionada aos Jogos Paralímpicos e as suas possíveis contribuições na mudança de percepção de estudantes universitários a respeito das pessoas com deficiência (The media related to the Paralympic Games and its contributions in changing the perception of university students about people with disabilities) (Los medios relacionados con los Juegos Paralímpicos y sus posibles aportes en el cambio de percepción de los universitarios sobre las personas con discapacidad)

“…O contato parassocial pode ajudar a aumentar ou reduzir o preconceito, especialmente quando não se tem oportunidades de contato com grupos de pessoas que tendem a ser discriminados (Schiappa et al, 2005). A mídia está envolvida no processo de construção da sociedade, de transmissão de conteúdo, na criação de imagens e pode ser reprodutora de estigmas e preconceitos (Hardin & Hardin, 2004;Poffo et al, 2017;Santos, 2018;Santos et al, 2019Santos et al, , 2020Silva & Howe, 2012b), dependendo de como o trabalho midiático for realizado. Os grupos que tendem a ser discriminados são frequentemente representados na mídia de formas marginalizadas e estereotipadas, e essas representações podem levar a relações intergrupais negativas (Dixon & Linz, 2000).…”