A múltipla ovulação e transferência de embriões (MOTE) é a biotecnologia mais utilizada nos rebanhos comerciais ovinos para produção de embriões, porém, vários fatores podem interferir no sucesso e viabilidade financeira da técnica. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto do treinamento do médico-veterinário nos custos e viabilidade financeira desta biotécnica. O estudo foi realizado ao longo de quatro anos (2017-2020) em uma cabanha no estado de SP, Brasil. Ovelhas pluríparas da raça Dorper (n=35) foram submetidas ao programa de MOTE utilizando protocolo convencional (256 mg FSH) por até cinco vezes (n=65). A inseminação artificial aconteceu no dia 16 por laparoscopia e a coleta cirúrgica dos embriões com transferência para as receptoras (n=140) cinco dias após. Foram levantados os custos diretos para realização da MOTE, índices reprodutivos e resultados financeiros da cabanha. A quantidade média de estruturas totais e embriões transferidos por coleta foi superior (P<0,05) nos últimos anos em relação ao primeiro. Não houve diferença (P>0,05) nas taxas de gestação, aderência permanente e transitória das doadoras. A margem bruta por gestação foi negativa apenas no primeiro ano e aumentou substancialmente nos anos seguintes, estabilizando a variação anual entre custos e valor de venda dos animais. Em conclusão, o treinamento técnico do médico-veterinário ao longo dos quatro anos foi capaz de diminuir os custos e aumentar a eficiência da MOTE, viabilizando financeiramente o uso da técnica em rebanho ovino da raça Dorper, acelerando o melhoramento genético na cabanha.