2021
DOI: 10.1590/interface.200689
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

Violência obstétrica na visão de profissionais de saúde: a questão de gênero como definidora da assistência ao parto

Abstract: Uma em cada quatro mulheres brasileiras sofre algum tipo de violência durante o trabalho de parto e o parto, visto que essa assistência é marcada por intervenções desnecessárias que levam à despersonificação e à inferiorização da mulher. Esta é uma pesquisa exploratória com abordagem qualitativa, por meio de entrevistas semiestruturadas, que analisou a violência obstétrica pelo viés de gênero com base na narrativa de profissionais de saúde que realizam assistência ao parto. Foi evidenciado que essa assistência… Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
2
1
1
1

Citation Types

0
0
0
8

Year Published

2022
2022
2023
2023

Publication Types

Select...
5

Relationship

0
5

Authors

Journals

citations
Cited by 6 publications
(8 citation statements)
references
References 12 publications
0
0
0
8
Order By: Relevance
“…De salientar que a transição do parto domiciliar para o hospital, permitiu que o partejar se transformasse num evento institucionalizado, modelo médico, solitário e despersonalizado, existindo a necessidade de se criarem mecanismos próprios para a identificação e notificação da violência obstétrica (Menezes et al, 2020;Trajano & Barreto, 2021), removendo o poder à mulher. Esta transição do parto domiciliar para o hospital permitiu que empoderamento feminino e o poder dos profissionais de saúde sobre a parturiente se tornassem mais evidentes.…”
Section: Resultsunclassified
See 3 more Smart Citations
“…De salientar que a transição do parto domiciliar para o hospital, permitiu que o partejar se transformasse num evento institucionalizado, modelo médico, solitário e despersonalizado, existindo a necessidade de se criarem mecanismos próprios para a identificação e notificação da violência obstétrica (Menezes et al, 2020;Trajano & Barreto, 2021), removendo o poder à mulher. Esta transição do parto domiciliar para o hospital permitiu que empoderamento feminino e o poder dos profissionais de saúde sobre a parturiente se tornassem mais evidentes.…”
Section: Resultsunclassified
“…Deve também ter-se em atenção as circunstâncias subjacentes à ocorrência de violência obstétrica, as características da sociedade onde ocorre (Morales et al, 2018) e o constructo legal associado à violência obstétrica (Williams et al, 2018). Na literatura parece evidente a existência de dois polos: o empoderamento feminino (diretos maternos e políticas públicas de promoção à humanização do parto e ao nascimento) e poder dos profissionais de saúde sobre a parturiente (saber científico) (Brilhante et al, 2021;Jardim & Modena, 2018;Mena-Tudela et al, 2020;Morales et al, 2018;Trajano & Barreto, 2021). Perante estes fatores, Chadwick (2021) alerta para as possíveis intenções sociossimbólicas que podem tornar-se tóxicas, ignorando a perspetiva da vítima (parturiente).…”
Section: Revisão De Literaturaunclassified
See 2 more Smart Citations
“…Alguns enfermeiros, talvez pelo seu tempo de experiência e sua formação mais antiga, têm maior resistência em interpretar a Violência obstétrica como algo totalmente prejudicial e antiético, e que é passível de ser evitado, por conta de pensamentos e procedimentos arcaicos que não são mais adequados aos dias atuais, daí a importância da educação continuada, ou seja, o profissional precisa buscar atualização constante de seus conhecimentos. 32 Cada enfermeiro tem sua percepção acerca da violência obstétrica. Alguns remetem esse termo ao abuso físico relacionado às manobras contraindicadas realizadas nas mulheres; outros remetem ao abuso psicológico, no que concerne às frases esdrúxulas ou mentirosas referidas a elas, tal qual a pressão a que são submetidas; outros simplesmente não compreendem os procedimentos contraindicados como agentes configurantes de violência obstétrica, diante do pensamento que eles são necessários para o andamento do parto, e que estão os fazendo para ajudar a parturiente, não o contrário, mesmo tendo consciência de que estes não são benéficos para o binômio mãe-filho, segundo as evidências científicas.…”
Section: Ambiênciaunclassified