Resumo: O presente trabalho trata dos usos que destacados filósofos italianos têm dado à noção de biopolítica. O estudo é a continuação do diálogo transdisciplinar entre a Filosofia da Educação e a Agroecologia. Parte da pesquisa de doutorado na área de Educação, em que se analisaram as práticas pedagógicas da agroecologia, que denominamos como agroecopedagogia. Utilizando a ferramenta arqueogenealógica, a pesquisa indagou as relações de poder veiculadas em ditas práticas. Aqui apresentamos parte dessa discussão, incorporando, também, a chamada ecopedagogia. Como se sabe, a biopolítica é uma noção antiga atualizada pelos trabalhos do pensador francês Michel Foucault, a qual abriu uma série de importantes debates no pensamento crítico, especialmente, em questões relacionadas a um suposto progresso da humanidade atrelado à relação saber-poder. Neste artigo, descrevemos como dois de seus comentadores mais importantes interpelaram a releitura da biopolítica por parte do filósofo do poder; assim, criamos tensões às pedagogias que têm como fundamento o saber ecológico. Inicialmente, abordamos a duplicidade da biopolítica, presente no livro Bíos, Biopolítica y filosofia, de Roberto Esposito, articulada como a política da vida e a política sobre a vida; dessa abordagem por parte do professor italiano surgem duas noções-chave para tensionar a (agro)ecopedagogia: comunitas/immunitas. Seguidamente, introduzimos a discussão apresentada pelo também italiano, Giorgio Agamben, a partir de duas de suas obras mais comentadas no campo da Filosofia da Educação: Estado de exceção e Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua. A nosso ver, os comentários de Agamben oferecem uma radical discussão em torno da diferença e da democracia, que nos parece levar a um nível de tensão insuspeitado o discurso agroecológico e a Educação Ambiental em seu princípio crítico vinculado a um desejo de