ResumoO avanço das iniciativas coletivistas de trabalho tem alcançado amplo destaque nas últimas décadas, o que justifica a importância de discussões que contribuam com suas formas de organização. É neste sentido que o presente trabalho teve por objetivo trazer aportes para fomentar a discussão da autogestão nas organizações solidárias. Para tal, realizou-se uma revisão da literatura, bem como recorreu-se a uma pesquisa participante em uma organização coletivista da Venezuela, com o intuito de elucidar exemplos empíricos que possam aprofundar na fundamentação de práticas da organização do trabalho nos empreendimentos solidários. Enquanto apontamentos, constatou-se que na organização do trabalho o objeto empírico analisado caminha para um conjunto de princípios que visam a negar a lógica de dominação burocrática, dando ênfase a um modo de gestão que preza a distribuição equitativa do capital, a negação das hierarquias e que conciliam o pensar com o agir. No mesmo sentido, a observância de princípios que trazem ideias da equidade em detrimento da igualdade, bem como do consenso em contraponto à votação, apontam para o aprofundamento na constituição de modos de gestão que visam à descentralização do poder.
Palavras-chave:Autogestão. Organização do trabalho. Empreendimentos solidários.