Fronteras morales y políticas sexuales: apuntes sobre 'la política LGBT' y el deseo del Estado

Abstract

A partir de un seguimiento de políticas (gubernamentales, de los movimientos sociales y de la vida cotidiana) en la ciudad de Bogotá (Colombia), relacionadas con la ampliación de ciudadanías sexuales, este artículo trata sobre los territorios morales que dichas políticas crean, y sobre los cuerpos que desea el Estado o que reclaman ser deseados por él. Particularmente se analizan la 'política LGBT' y la 'política gay' en un contexto local y su paradójica contribución a la normalización de la disidencia sexual y de género.

Caras y contracaras de la institucionalización de la diversidad sexual en América Latina

“…El proceso de institucionalización suscita un primer cuestionamiento: ¿dónde quedó el proceso libertario y transformador de los movimientos homosexuales? Parece que a medida que se consolidan políticamente los "asuntos LGBT", al mismo tiempo se "normaliza" la diversidad sexual como condición de acceso de estos sujetos a la plena ciudadanía (Gil Hernández, 2013), es decir, se le arrebata la potencia transformadora que aparentemente contenía en su interior. La emergencia de los movimientos sociales en defensa de las sexualidades e identidades no normativas nacieron con un espíritu revolucionario que pretendía alterar el orden sexual arraigado culturalmente; sus planteamientos y acciones estaban dirigidas a desestabilizar las subordinaciones provocadas por la heterosexualidad normativa y la dominación masculina.…”

“We are not statistics” – the HIV rapid test and counseling by representatives of LGTB people

“…O Ministério da Saúde entende que o preconceito e a discriminação são fatores que geram sofrimento e dificultam o acesso à saúde e por isso elabora políticas e estratégias de ação para o seu enfrentamento. Neste sentido, é importante que a neutralidade das políticas seja anulada e que as ações em saúde sejam pensadas de maneira mais ampla e crítica, estando sensíveis a que discursos são produzidos a partir das estratégias adotadas para implementar determinadas políticas (Hernández, 2013). A "praticidade", por exemplo, de realizar o teste na Parada Livre, pode ser uma decisão "tecnicamente justificável", no sentido de aumentar o acesso ao diagnóstico, mas, por outro lado, pode desconsiderar a historicidade e seu significado para os movimentos LGBT e para a própria Parada Livreconcebida e realizada como bandeira de celebração da vida, de resistência e legitimação das formas de vivência sexual/afetiva não normativas.…”

Coletivos Universitários de Diversidade Sexual e a crítica à institucionalização da militância LGBT

“…Os principais deles seriam a descaracterização identitária dos sujeitos LGBT e a exclusão daqueles que não se enquadram no modelo hegemonico de sujeito LGBT exigido pela política pública (Mello, Avelar e Maroja, 2012;Hernández, 2013;Prado e Machado, 2014). O ponto de partida das políticas públicas no campo da sexualidade é a necessidade de mudança de crenças, valores e tradições enraizadas no imaginário social.…”

“…A homossexualidade para deixar o lugar de patologia que sempre ocupou e passar a se tornar assunto legítimo do Estado passa a se "revestir" de uma "heterossexualidade honoraria" e procura ocupar um lugar respeitável na sociedade. Instaura-se a imagem do que seria o sujeito "gay" ou "lésbica" dignos de atenção das poíticas sociais: casadas/os, monogamicos, "cidadãos de bem" que pagam impostos, consumidores, gays masculinos e lésbicas femininas (Hernández, 2013). Soma-se a isso o fato de alguns grupos LGBT se enquadrarem a esse modelo hegêmonico de sujeito e se alinharem aos discursos estatais para estarem aptos a concorrer aos editais de financiamento de políticas públicas.…”

“…O preço do ingresso à cidadania de gays e lésbicas seria a estigmatização de que devem fazer ou contribuir, direta ou indiretamente, dos outros sujeitos sexuais fora do padrão dominante através de diversas práticas políticas e estilos de vida (Hernández, 2013). En-tretanto, cabe ressaltar que novas formas de militância têm surgido no campo da sexualidade.…”