Efeitos imaginários do diagnóstico de TDA/H na subjetividade da criança

Contexto Familiar E a Presença De Transtorno De Déficit De Atenção E Hiperatividade Em Crianças: Revisão Sistemática

“…A literatura relatou a generalização do diagnóstico, em função da divulgação e do fácil acesso por pessoas leigas dos critérios propostos pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014). O pré-diagnóstico da criança, proveniente da escola ou da própria família, se baseiam apenas em identificar alguns comportamentos elencados no manual e resultam em uma rotulação antes mesmo da confirmação do suposto diagnóstico por um médico especializado (LEGNANI, 2012). É importante ressaltar que, na atualidade o sofrimento psíquico tem sido entendido como transtorno e, como consequência, os comportamentos e os afetos têm sido medicalizados.…”

“…O discurso médico contemporâneo, representado pela psiquiatria biológica e pelas neurociências, colocaram as disfunções em primeiro plano e as funções psíquicas e orgânicas entendidas de maneira desarticulada entre si, e em relação ao processo de constituição da subjetividade da criança (LACET e ROSA, 2017). A partir desses pressupostos o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é gerado por alterações genéticas associadas às disfunções neuroquímicas relacionadas com os neurotransmissores dopamina e noradrenalina (LEGNANI, 2012).…”

Fatos clínicos psicanalíticos no atendimento à criança

“…Com efeito, a retomada de alguns sintomas parecia ser a única forma de o garoto falar sobre o sofrimento materno, que contaminava seu processo analítico. (p. 541) Legnani (2012) discorre sobre um caso com diagnóstico específico de TDA/H, decorrente de uma demanda escolar. Mesmo durante a gestação, a mãe já dizia que a criança era "agitada no útero, carregaria esses problemas para o resto da vida" (p. 312).…”