No dia 24 de maio de 2000, foi apresentado em Brasília o Projeto-Piloto do Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar, com o foco de promover meios para a promoção de um acolhimento e tratamento ímpar para cada indivíduo que necessita desse serviço, dando, consecutivamente, aos profissionais da saúde a responsabilidade de perceber não apenas as patologias, mas o sujeito como um todo e o contexto social em que ele está inserido.
1Quando existe a prática da assistência humanizada no ambiente hospitalar, presume-se que o profissional está resgatando o respeito à vida humana, levando em consideração as diversas circunstâncias sociais, educacionais, éticas, psíqui-cas e emocionais em que os usuários estão inseridos. Entretanto, com o avanço científico e tecnológico e a modernização de procedimentos, a assistência passou a assumir com maior intensidade as condutas tecnicistas, surgindo a ausência dos valores humanísticos.
3Nesse contexto, o atendimento humanizado aos progenitores nas unidades de terapia intensiva neonatal (UTINs) tem se tornado uma conduta de singular importância, pois os momentos iniciais pós-nascimento para eles podem ser caracterizados por sentimentos ambivalentes e principalmente por preocupações em relação à saúde do filho, visto que a probabilidade de uma possível hospitalização acarretará alterações tanto na vida da criança como na dinâmica de toda a família. 4 Para Catafesta et al.,5 o período após o nascimento de qualquer criança naturalmente necessita de adaptações físicas e emocionais por parte dos progenitores; contudo, quando o recém-nascido necessita ficar internado em uma UTIN, as incertezas, os medos e as inseguranças peculiares a esse momento tornam-se mais acerbados. Assim, cabe a toda a equipe da saúde envolvida nesse processo compreender todo esse contexto e realizar as avaliações com eficiência, visando atenuar os temores.Sabe-se que esse período já é considerado bastante difícil; contudo, pode ser agravado se houver a necessidade de internação do recém-nascido em uma UTIN, pois se entende que a ida dessa criança para esse setor hospitalar remete a complicações graves, como muito baixo peso ao nascer, síndromes aspirativas, síndrome do desconforto respiratório, pneumonias, atelectasias, anóxia perinatal, má formação, dentre outros. 6 Todo esse momento gera aos progenitores sentimentos de angústia, impotência, preocupação e incerteza.
2Diante dessa realidade, é fundamental a participação da equipe de saúde de forma holística ao prestar assistência humanizada aos progenitores, pois só assim será possível promover um melhor acolhimento e oferecer uma assistência qualificada diante das inquietações e dos medos, podendo, com isso, esclarecer possíveis dúvidas e fazer as devidas preparações para as fases seguintes da rotina das UTINs.
2,3Pode-se concluir que a assistência humanizada aos progenitores que estão com seus filhos nas UTINs faça parte das condutas adotadas por todos os profissionais envolvidos, visando a atenuar seus medos e suas preocupações.
REFERÊNCIAS