Cuidadoras informais de Portugal: vivências do cuidar de idosos

Abstract

O cuidador informal surge da necessidade de se cuidar dos doentes e idosos no domicílio, com a função de auxiliar nas medicações, higiene e alimentação sem remuneração. Esse tipo de auxílio suscita sobrecarga física, psicológica e financeira. No âmbito da qualidade do cuidar, salienta-se a necessidade de se olhar e ajudar os cuidadores informais no árduo apoio aos seus doentes, que, na maioria, são idosos. O objetivo deste artigo é apresentar as percepções vivenciadas pelas cuidadoras informais, bem como o reconhecimento, por elas próprias, das sobrecargas que as afetam holisticamente - emocionais, físicas, financeiras -, e a importância de desenvolver estratégias de coping na formação sobre como melhor cuidar. As entrevistadas residem nas regiões Norte e Centro de Portugal e responderam ao inquérito adaptado do The Zarit Burden Interview. As entrevistas foram analisadas com o apoio do software NVivo 8. Os dados obtidos indicam que as cuidadoras informais enfrentam mais sobrecargas físicas e emocionais do que financeiras. No entanto, salientaram que, apesar das dificuldades, gostam de cuidar dos seus familiares. Quanto a serem convidadas para participarem de formações sobre como melhor cuidar, algumas confirmaram o interesse. Verificase que as cuidadoras informais são carentes de uma formação que as capacite a melhor cuidar prevenindo consequências danosas.

A sobrecarga do cuidador domiciliar

“…Assim como no atual estudo, pesquisas realizadas em Odivelas -Portugal e em Porto Alegre -Brasil, também identificaram cuidadores sem experiência prévia na tarefa de cuidar (18,22) . A inexperiência no cuidar pode trazer prejuízos, como hospitalização frequente do indivíduo a ser cuidado, além de gerar ansiedade e maior desgaste físico ao cuidador (23) .…”

When long-term care comes to an end: informal caregivers’ perspectives on patient discharge

“…These bonds are of extreme importance because they allow sharing experiences and further developing key competencies for care delivery. Marques, Teixeira, and Souza (2012) underline the importance of training, which has proven to be beneficial for informal caregivers to acquire new knowledge about the diseases and practical strategies to improve care delivery. Tobias (2017) highlights the information/integration, the psychosocial care, and the work with partner institutions of the RNCCI (e.g., Social Security, private institutions of social solidarity, healthcare centers, city councils, and parish councils) in the adaptation to the new situation and satisfaction of needs.…”

Prevalência e características das feridas em pessoas idosas residentes na comunidade

“…For economic reasons it is not always possible for families to hire a caregiver and this can be reflected in the quality of care that is available. Elderly people with restricted mobility may require different types of care, which may sometimes be outside the scope of knowledge of their caregiver (22)(23) . Families tend to help as much as they can but this care does not exceed 50% of the needs of the elderly, which reinforces the urgent need to create alternative services to address care needs that are not currently adequately addressed (24) .…”