Resumo Neste ensaio trazemos uma discussão sobre o conceito de tecnologia leve aplicado ao trabalho em saúde, como proposto por Emerson Merhy. Objetivamos problematizar a ideia de tecnologia leve e, para isso, estabelecemos duas linhas de análise. Na primeira, há um diálogo com Antonio Negri, Michael Hardt e Maurízio Lazzarato na reflexão sobre a dimensão produtiva do trabalho vivo, como trabalho imaterial e produção de valor no campo da saúde. Na segunda, orientados por Michel Foucault, analisamos a dimensão ética de um trabalho que tem na imprevisibilidade do encontro, da experiência e do acontecimento a produção de um saber. Concluímos apontando que o trabalho em saúde se trata de uma tecnologia que produz relações de cuidado e, assim, solicita a criação de modos de cuidar, trabalhar e gerir com os cotidianos da saúde pela metamorfose de um êthos.