Planejamento e implementação do curso Sexual Assault Nurse Examiner para o atendimento às vítimas de violência sexual: relato de experiência

Abstract

RESUMO Objetivo Descrever a experiência dos autores enfermeiros no planejamento e implementação de um curso de treinamento baseado no Sexual Assault Nurse Examiner. Método Trata-se de um relato de experiência com características qualitativas de natureza descritiva e recorte transversal. No ano de 2019, foram treinados enfermeiros para o atendimento de vítimas de violência sexual por meio de um curso, nos Estados Unidos, conhecido como Sexual Assault Nurse Examiner. O curso teve carga horária de 40 horas e foi oferecido para enfermeiros. As estratégias didáticas utilizadas foram: exposição dialogada, dinâmicas em grupos e simulação realística para o exame clínico-ginecológico com voluntárias. Resultados Durante cinco dias, 20 enfermeiros foram capacitados. Os conteúdos abordados abrangeram a legislação brasileira, protocolos de atendimentos às vítimas, a anamnese, exame físico, coleta e preservação de vestígios forenses. As aulas práticas aconteceram nos dois últimos dias de treinamento. Ao final do curso, aplicou-se uma avaliação escrita. Conclusão O curso oportunizou a consolidação de conhecimentos importantes para o atendimento pelo enfermeiro às vítimas de violência sexual, coleta e preservação de vestígios e participação na cadeia de custódia.

Atuação da enfermagem em casos de violência sexual contra a mulher

“…Essa abordagem evidencia o relevante papel desempenhado pela equipe de enfermagem, que adota uma postura acolhedora e proporciona um ambiente seguro, conforme observado nas experiências compartilhadas, como na fala de uma das vítimas quando diz que no SAE se sentia acolhida pelas enfermeiras uma vez que sempre perguntavam se ela estava bem ou se estava precisando de algo, também oferecendo assistência com a psicóloga, fazendo com que ela se sentisse cuidada o tempo todo e agregando na recuperação. (16) Para uma assistência efetiva e de qualidade, o estudo de Juliana de Oliveira Musse Silva (2020), mostrou que a capacitação de profissionais da enfermagem em examinadores de agressões sexuais traz habilidades em entrevista forense, exame físico e coleta de vestígios, sendo a intersecção entre a saúde e justiça, que agregam na recuperação psicológica dos pacientes, na instituição do tratamento precoce bem como no registro completo e preciso de vestígios forenses (21) Por fim, ainda que a experiência de superação seja diferente para cada mulher, o Ministério da Saúde do Brasil, prevê um período mínimo de acompanhamento de 6 meses das vítimas de agressão sexual em serviços especializados. Após este período, as unidades básicas de saúde são as responsáveis por continuar o cuidado, devendo os profissionais estarem aptos a receber essas mulheres e suas necessidades (21) .…”

“…(16) Para uma assistência efetiva e de qualidade, o estudo de Juliana de Oliveira Musse Silva (2020), mostrou que a capacitação de profissionais da enfermagem em examinadores de agressões sexuais traz habilidades em entrevista forense, exame físico e coleta de vestígios, sendo a intersecção entre a saúde e justiça, que agregam na recuperação psicológica dos pacientes, na instituição do tratamento precoce bem como no registro completo e preciso de vestígios forenses (21) Por fim, ainda que a experiência de superação seja diferente para cada mulher, o Ministério da Saúde do Brasil, prevê um período mínimo de acompanhamento de 6 meses das vítimas de agressão sexual em serviços especializados. Após este período, as unidades básicas de saúde são as responsáveis por continuar o cuidado, devendo os profissionais estarem aptos a receber essas mulheres e suas necessidades (21) .…”

“…Como uma subespecialidade da enfermagem forense, surge o SANE (Sexual Assault Nurse Examiner), sendo observado como algo novo, visto que o primeiro registro da implementação do curso SANE, foi um treinamento de capacitação de alta performance para enfermeiros oferecerem cuidado às vítimas de VS, no Brasil ocorreu durante 3 dias de maio de 2019 (21) .…”

“…Os programas de EF entre outras atividades já citadas, também realizam cuidados para lesões, profilaxia para infecções sexualmente transmissíveis (IST) e gravidez, informações sobre o HIV e encaminhamentos a recursos comunitários para acompanhamento e aconselhamento (22) . Dessa forma o curso compreendeu diversas temáticas em suas aulas, como recursos e materiais para a atuação do SANE, ética no atendimento às vítimas de violência, traumatologia forense, conhecimentos referentes a legislação brasileira, protocolos de atendimentos às vítimas, o histórico (anamnese) e exame físico dos sobreviventes, coleta e preservação de vestígios forenses, avaliação e documentação de lesões (21) .…”

A qualitative content analysis of nurses' perceptions about readiness to manage intimate partner violence

“…They do not usually feel they have received sufficient training or have enough time to address the needs of women IPV victims (Beccaria et al, 2013; Visentin et al, 2015). Literature indicates that nurses receive limited undergraduate and professional training to identify and deal with IPV in practice, for example, related to communication skills (Alshammari et al, 2018; Silva et al, 2021). In particular, not knowing how to ask women about the situation, how to act and what are the existing resources with which to coordinate.…”