Neste experimento de coautoria multidisciplinar, desenvolvemos a proposta de seguir, etnograficamente, as CeSaM – “células do sangue menstrual”. Trata-se de pensar diferentes agenciamentos de fluidos e substâncias corporais, como o sangue menstrual, no universo da tecnociência brasileira. O artigo apresenta alguns dos resultados de uma pesquisa de cunho socioantropológico sobre as atividades que envolvem o uso de sangue menstrual para obtenção de células estromais mesenquimais, desenvolvidas pelo Laboratório de Cardiologia Celular e Molecular (LCCM) do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Procuramos contextualizar o desenvolvimento dessas pesquisas, demonstrar o processo de ontogênese das CeSaM e discutir algumas das dimensões de gênero que podem ser pensadas a partir do engajamento do sangue menstrual, e suas células, nas pesquisas científicas sobre células-tronco.Palavras-chave: Antropologia da ciência e da tecnologia. Gênero. Células mesenquimais. Sangue menstrual.