“…Ressalve-se, no entanto, que estamos perante estimativas que possuem considerável margem de erro, pois, por um lado, não existe estratégia eficaz de sinalização de consumidores/as (e estes tendem a não reportar o seu uso de forma aberta e espontânea) e, por outro, a delimitação entre uso, uso abusivo e dependência (particularmente, nas suas fases iniciais) nem sempre é simples de estabelecer. Postula-se que sejam categorias que, em rigor, traduzem um contínuo, iniciado pela sua experimentação (e, eventual, uso esporádico), que evoluiria no sentido da dependência (Nascimento & Sakata, 2011). A sua diferenciação derivaria da análise compósita das suas consequências, no indivíduo e nas suas circunstâncias, sendo passível de aferição a partir de critérios como o impacto funcional, as consequências e restrições decorrentes do consumo da substância, ou o desenvolvimento de mecanismos fisiológicos de adaptação à presença da substância (tolerância e abstinência).…”