Reproductive biology of Bryconamericus iheringii (Ostariophysi: Characidae) from rio Vacacaí, RS, Brazil

Abstract

In this paper we describe some aspects of the reproduction and development of secondary sexual characters of Bryconamericus iheringii, based on the analysis of 194 females and 210 males collected monthly in the rio Vacacaí (30 o 21'34"S and 54 o 18'48"W), from April 2001 to March 2002. The reproductive period occurred from September to January (spring and summer in the Southern Hemisphere), as described for other characids of the same area. The absolute fecundity mean was 933.71 ± 303.10 oocytes, and the relative fecundity mean was 0.36 ± 0.08 oocytes per mg of total weight, being the species a multiple spawner. There was no correlation between the values of GSI and variation of biotic (stomach repletion and hepatosomatic indexes) and abiotic data (rainfall, day length and temperature) but we suggest that these factors can influence the reproduction of the species acting as "starters" of the beginning of gonadal maturation. Fin-ray hooks consist in a sexually dimorphic character of the species. Well developed hooks were found mainly in mature males, during the reproductive period and in the largest individuals.Neste trabalho são descritos aspectos da reprodução e do desenvolvimento de caracteres sexuais secundários em Bryconamericus iheringii. Foram analisados 194 fêmeas e 210 machos coletados mensalmente no rio Vacacaí (30 o 21'34"S e 54 o 18'48"W), de abril de 2001 a março de 2002. O período reprodutivo ocorreu de setembro a janeiro (primavera e verão no hemisfério sul), como descrito para outros caracídeos da mesma região. A fecundidade absoluta média foi de 933,71 ± 303,10 ovócitos e a fecundidade relativa média foi de 0,36 ± 0,08 ovócitos por mg de peso total, sendo a desova do tipo parcelada. Não houve correlação entre os valores de IGS e a variação dos dados bióticos (índices de repleção e hepatossomático) e abióticos (pluviosidade, fotoperíodo e temperatura) mas sugere-se que estes fatores possam influenciar na reprodução da espécie, atuando como desencadeadores do início da maturação gonadal. Ganchos nas nadadeiras ventrais e anal dos machos consistiram em caracteres de dimorfismo sexual da espécie. Ganchos bem desenvolvidos são encontrados principalmente em machos maduros, durante o período reprodutivo e nos maiores indivíduos.

Population structure and reproductive biology of Loricariichthys melanocheilus Reis & Pereira, 2000 (Siluriformes: Loricariidae) in the rio Ibicuí, Brazil

“…However, in subtropical regions, the breeding season of fish seems to be more influenced by temperature and photoperiod than by rainfall, because there are not well defined periods of drought and flood in subtropical regions, compared to tropical ones (Vazzoler & Menezes, 1992). Thus, the breeding season of Loricariichthys melanocheilus in the rio Ibicuí is strongly influenced by increased temperature and photoperiod, but it was not associated with the increase in river level, a feature also found for several species studied in Rio Grande do Sul, such as Serrapinus calliurus (Boulenger, 1900) (Gelain et al, 1999), Cheirodon ibicuhiensis Eigenmann, 1915 (Oliveira et al, 2002), L. platymetopon (Querol et al, 2002), Bryconamericus iheringii (Boulenger, 1887) and B. stramineus Eigenmann, 1908(Lampert et al, 2004. Something that is worth of notice is the large amount of specimens collected in the lake of point 1, located in the upper stretch of the rio Ibicuí in the breeding season, and a low number of specimens collected at point 3 in the lower stretch of the river.…”

Biologia reprodutiva de Astyanax henseli (Teleostei, Characidae) do curso superior do Rio dos Sinos, RS, Brasil

“…A reprodução sazonal, com períodos definidos de maturação e desova, é uma característica observada para a grande maioria dos Characiformes (VAZZOLER & MENEZES, 1992). Em Characidae, os estudos mostram que as espécies apresentam, predominantemente, o período reprodutivo situado entre setembro e abril, com duração variando de quatro a seis meses (VAZZOLER & MENEZES, 1992;GELAIN et al, 1999;AZEVEDO et al, 2000;OLIVEIRA et al, 2002;LAMPERT et al, 2004LAMPERT et al, , 2007GONÇALVES et al, 2005).…”

“…De fato, estudos com espécies da família Characidae no Rio Grande do Sul vêm encontrando correlação do período reprodutivo apenas com a temperatura e com o fotoperíodo (e. g. GELAIN et al, 1999;AZEVEDO et al, 2000;OLIVEIRA et al, 2002;GONÇALVES et al, 2005), provavelmente porque, nessa região, não há períodos de cheia e seca bem definidos que influenciam na época reprodutiva, como ocorre em regiões tropicais. Entretanto, outros estudos desenvolvidos nessa região não encontraram correlação entre o período reprodutivo e os fatores abióticos (LAMPERT et al, 2004(LAMPERT et al, , 2007AZEVEDO et al, 2010). Tais estudos não descartam a influencia de fatores abióticos na reprodução das espécies e sugerem que, apesar da ausência de correlações, elevações da temperatura e do fotoperíodo possam desencadear o início da maturação gonadal.…”

“…Uma fecundidade elevada usualmente é exibida por peixes de grande porte que realizam migrações e desovam todos os ovócitos em um único evento reprodutivo (AGOSTINHO et al, 2003;GOMIERO & BRAGA, 2007). Em contraste, uma fecundidade muito reduzida é comumente encontrada em espécies de pequeno porte que apresentam características que podem aumentar as chances de sobrevivência dos ovos e larvas, tais como inseminação, fecundação interna e cuidado parental (GELAIN et al, 1999;Azevedo et al, 2000;OLIVEIRA et al, 2002;SILVANO et al, 2003;LAMPERT et al, 2004LAMPERT et al, , 2007OLIVEIRA et al, 2010). Astyanax henseli apresentou uma fecundidade intermediária, concordando com dados de espécies não migradoras, sem cuidado parental que possuem fecundação externa e desova total (VAZZOLER & MENEZES, 1992;GOMIERO et al, 2008).…”

“…O cálculo da fecundidade relativa permite comparar a fecundidade entre espécies de diferentes tamanhos e, dessa forma, estimar o investimento energético proporcional de cada espécie ou população na produção de ovócitos (ADEBISI, 1987;AZEVEDO et al, 2000AZEVEDO et al, , 2010GONÇALVES et al, 2005). Contudo, ainda existem poucos dados sobre fecundidade relativa de caracídeos, os quais referem-se a espécies de tamanho reduzido, cujos valores variam entre 0,27 e 0,74 ovócitos mg -1 (SILVANO et al, 2003;LAMPERT et al, 2004LAMPERT et al, , 2007GONÇALVES et al, 2005;MAZZONI & IGLESIAS-RIOS, 2007;AZEVEDO et al, 2010) ). Este resultado pode indicar um baixo investimento energético para produção de ovócitos.…”