As habitações dos assentamentos rurais, geralmente, são construídas pelos próprios moradores, em sistema de mutirão e, muitas vezes, sem acompanhamento técnico. Diante do isolamento geográfico de algumas áreas, utilizam-se materiais comercialmente disponibilizados no centro urbano mais próximo, abordando sistema de transporte e materiais industrializados, similares aos das edificações urbanas. Esse artigo aborda a temática das coberturas dessas habitações, e as possibilidades de sua produção artesanal, no próprio local, com menor custo, maior facilidade de acesso e apropriação da técnica pelo morador. O objetivo deste artigo é analisar sistemas de coberturas ecológicas, categorizando-as em termos de suas características de toxicidade, otimização de recursos naturais, reciclabilidade, energia incorporada, vida útil, impacto de transporte, geração de resíduo, reuso, manutenibilidade, pegada de água azul, número de materiais e biodegradabilidade. A metodologia consistiu de uma revisão sistemática, com buscas em plataformas de pesquisa. Os tipos de telhas selecionados foram submetidos à avaliação de suas características por meio de um painel de especialistas, via formulário eletrônico, permitindo a atribuição de escores de um a cinco a cada categoria. Como resultados, foram encontradas a cerâmica não queimada, a cascaje, as coberturas de formato abobadado, coberturas verdes, telhas de madeira, de bambu e de palha, em ordem decrescente de impacto ambiental. Os resultados demostraram que cada tipologia apresenta benefícios dependendo do local e do uso. Evidenciam-se, assim, alternativas para o sistema de cobertura das habitações rurais, que podem ser passiveis de implementação na forma de tecnologias sociais.