Mortalidade atribuída à epilepsia, às suas doenças subjacentes ou às condições não relacionadas a ela: uma síntese

Abstract

RESUMOObjetivos: Conhecer em relação à epilepsia: epidemiologia das causas diretas ou indiretas das mortes, inferências e críticas sobre dados de mortalidade a partir de declaração de óbitos. Refletir sobre as recomendações/alertas sobre o risco de morte prevenível a pacientes e familiares. Métodos: Revisão baseada em artigos publicados principalmente nos últimos três anos a partir de busca no Pubmed com os descritores epilepsy e mortality nos títulos. Acrescentadas mais referências sobre mortalidade/declaração de óbitos, ideação suicida, profilaxia de mortes preveníveis (inquérito e medidas). Resultados: Os estudos são os: com abrangência populacional a partir do Sistema de Informação em Saúde do Ministério da Saúde Brasileiro; sobre principais fatores de risco para morte prematura em pessoas com epilepsia; sobre óbitos relacionados à epilepsia (morte súbita em epilepsia -SUDEP, crise epiléptica ou estado de mal epiléptico, suicídio, acidente, cirurgia para epilepsia, estimulação nervo vago e gravidez); sobre óbitos não relacionados à epilepsia (principalmente, neoplasias, doenças cerebrovasculares, doença isquêmica coronariana e infecções respiratórias); sobre óbitos evitáveis e recomendações. Conclusões: Os pacientes com epilepsia têm a mortalidade aumentada em comparação à população geral. A questão da mortalidade aumentada ou não no pós-operatório de cirurgia para epilepsia ainda não está respondida. Os suicídios foram mais comuns particularmente nos com epilepsia refratária e/ou comorbidade psiquiátrica. SUDEP é um fenômeno epilepsia-relacionado, de maior ocorrência em pessoas jovens com epilepsia, multicausal; profilaxia das mortes evitáveis deveria ser feita pela individualização da informação a ser dada a cada paciente. Unitermos: Epilepsia, mortalidade, síndrome de morte súbita em epilepsia. ABSTRACT Mortality attributed to the epilepsy, its underlying diseases or the unrelated conditions to it: a synthesisObjective: To know regarding the epilepsy: the epidemiology of the direct or indirect causes of the deaths; inferences and critics on data about mortality from death certificates and risk factors for the deaths. To reflect on the recommendations/warnings about the risk of preventable death in patients. Methods: Review based on articles published mainly in the last three years obtained from search in the Pubmed with the describers epilepsy and mortality in the headings. Added more references on mortality/death certificates, suicidal ideation and prophylaxis of preventable deaths (survey and measures). Results: The studies are those: based on the Mortality Database of the Brazilian Ministry of Health; about main factors of risk for premature death in people with epilepsy; about mortality related to the epilepsy (sudden unexpected death in epilepsy -SUDEP, seizure and "status epilepticus", suicide, accident, surgery for epilepsy, vagal nerve stimulation and pregnancy); about unrelated mortality from the epilepsy (mainly, neoplasias, cerebrovascular disease, coronary artery disease and respiratory infect...

Mortalidade por epilepsia e estado de mal epiléptico no Brasil: análise do perfil epidemiológico

“…É importante destacar que, não raro, o registro da etiologia relacionada à mortalidade não possui exatidão devido à dificuldade em determinar se a morte ocorreu como consequência de causas diretas ou indiretas, especificando se o óbito foi relacionado à epilepsia, à patologia responsável pela epilepsia ou às doenças não relacionadas a ela. A saber, dentre as causas atribuíveis à epilepsia são considerados a morte súbita inesperada na epilepsia (sudden unexpected death in epilepsy, SUDEP), o estado de mal epiléptico, o suicídio e os acidentes (Escalaya et al, 2015;Gomes, 2010;Watila et al, 2018).…”

“…Nesse sentido, evidencia-se a SUDEP, que representa importante causa de morte diretamente relacionada à epilepsia, ocorrendo, geralmente, em associação com convulsões noturnas e convulsões tônico-clônicas generalizadas ou focais com progressão bilateral, principalmente em quadros de epilepsia farmacorresistente (Escalaya et al, 2015;Gomes, 2010;Sveinsson et al, 2020). Entretanto, não consta uma discriminação quanto a essa causa nos bancos de dados, o que impede a quantificação do seu real impacto na mortalidade por epilepsia.…”

“…Quanto ao EME, no Brasil, os dados revelam que este abrange 10,2% das mortes por epilepsia, o que está de acordo com a literatura, a qual destaca mortalidade significativa por essa causa, variando de 0,5% a 10% (Gomes, 2010). Tal entidade clínica constitui uma emergência neurológica, apesar disso é frequentemente subtratada, como mostrado em um estudo em que até 78% dos pacientes receberam doses menores dos medicamentos recomendados pelas diretrizes atuais para o tratamento do Research, Society and Development, v. 11, n. 14, e50111435922, 2022(CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i14.35922 EME (Der-Nigoghossian et al, 2019Kellinghaus et al, 2019).…”

Perfil Epidemiológico Da Epilepsia E Mal Epiléptico Em Pacientes Menores De 19 Anos No Estado Do Tocantins Entre 2007 a 2017

“…9 Quanto a principal causa de óbitos, o estudo da Irlanda e Reino Unido mostrou a morte súbita e inesperada da epilepsia (Sudden unexpected death in epilepsy-SUDEP), apresentando uma redução do número de óbitos em pacientes jovens e adultos conforme controle das crises de epilepsia na infância. 5,6,12 No Brasil, houve uma redução no número de óbitos, porém, em análise das macrorregiões do país, observou-se em algumas regiões o aumento deste número. 13,14 As prevalências mais elevadas são descritas em pacientes nascidos em países em desenvolvimento e em populações rurais.…”

“…20 Dentre estes pacientes internados entre 2007 a 2017, assim como no número de óbitos, obteve-se maior número de internação em sexo masculino, com discreta predominância, assim como visto na literatura. 5,12,15,19 Na análise do número de internação conforme raça, poucos estudos abrangeram sobre o tema por falta de dados, e pela diversidade racial de todo o país, não conseguindo apresentar uma correlação. Segundo o Lima RJ, Brito RC, Farias MCAD, 19 na região Norte apresentou maior número de casos em pacientes pardos, assim como na região do Centro-Oeste e Nordeste.…”