Pequenos mamíferos não voadores em fragmentos de Mata Atlântica e áreas agrícolas em Viana, Espírito Santo, Brasil

Abstract

Nós inventariamos os pequenos mamíferos não-voadores em Viana, Espírito Santo, sudeste do Brasil, em 1981-1982 e 2006-2007. Foram capturados 439 pequenos mamíferos não-voadores pertencentes a três ordens (Didelphimorphia, Rodentia e Lagomorpha) e seis famílias (Didelphidae, Sciuridade, Cricetidae, Muridae, Echimyidae e Leporidae). As espécies mais abundantes foram os roedores Akodon cursor e Nectomys squamipes e o marsupial Metachirus nudicaudatus. Registramos pela primeira vez a ocorrência do roedor equimídeo Euryzygomatomys spinosus no estado do Espírito Santo. A riqueza específica (S = 21) e o índice de diversidade de Shannon (H = 2,23) estão entre os maiores registrados para pequenos mamíferos da Mata Atlântica no estado, mesmo quando comparados aos valores obtidos para unidades de conservação. Esses maiores valores de riqueza e diversidade encontrados estão provavelmente associados à heterogeneidade de hábitat e evidenciam a necessidade de conservação dos fragmentos florestais de Viana, os quais são importantes depositários da biodiversidade da Mata Atlântica.

Diversity of small land mammals in a subtropical Atlantic forest in the western region of the state of Santa Catarina, southern Brazil

“…They are important predators of insects, consume fruits, disperse seeds (Carvalho et al 1999) and fungal spores (Pyare & Longland 2001) as well as participate in the cycle of various zoonoses that affect man (Bonecker et al 2009, Pinto et al 2009). In addition to knowing the species composition of any community, it is important to understand how these species are distributed in space in comparison to other communities of different regions.…”

“…The richness of small land mammals, as with most animal groups, is remarkable in this region (Galindo-Leal & Câmara 2003). There are approximately 100 species of small marsupials and rodents spread throughout the biome (Bonvicino et al 2002, Pardini & Umetsu 2006, Pinto et al 2009, Paglia et al 2012. Despite the increasing number of studies in this biome, some regions remain poorly sampled.…”

Pequenos mamíferos não-voadores do Planalto Atlântico de São Paulo: identificação, história natural e ameaças

“…Apesar do uso de armadilhas até no máximo 2 m de altura poder ter influenciado o número de capturas de Caluromys philander, que é capturada preferencialmente no dossel, e menos freqüentemente no sub-bosque , a espécie parece, de fato, ser mais rara no Planalto, tendo em vista que um estudo que utilizou armadilhas no dossel, acima de 5 m de altura, encontrou densidade de 0,1 indivíduos/ha para a espécie (Gaspar 2005), além de estudos que não usaram armadilhas no dossel terem capturado a espécie no Rio de Janeiro e Espírito Santo (exs. : Pires et al 2002, Pinto et al 2009 …”

“…O único registro do Planalto Atlântico de São Paulo do espécime ocorreu em uma estrada próximo à floresta contínua. Já foi capturada em fragmentos de mata no Rio de Janeiro e Espírito Santo (Pires et al 2002, Pinto et al 2009) e em matas em diferentes estádios de regeneração de Minas Gerais, Espírito Santo e Guiana Francesa (Fonseca e Robinson 1990, Passamani 1995, Foley et al 2000, Grelle 2003, o que sugere que a espécie não tem preferência por matas maduras ou secundárias. Quatro indivíduos de Caluromys philander tiveram rádio colares instalados em pequenos fragmentos de Mata Atlântica no Rio de Janeiro e constatou-se uso esporádico das áreas abertas desmatadas do entorno dos fragmentos, compostas principalmente por gramíneas e samambaias ).…”

“…Além da importância em termos do número de espécies, os pequenos mamíferos não-voadores exercem papel ecológico importante nas florestas neotropicais, agindo como agentes dispersores de sementes de várias plantas e fungos micorrízicos (Vieira e Izar 1999, Asquith e Méjia-Chang 2005, Horn et al 2008), predadores de sementes , Pinto et al 2009), predadores de invertebrados (Carvalho et al 1999, Fonseca e Kierulff 1989, Pinotti et al 2011, pequenos vertebrados e ovos, e como presas de mamíferos maiores (Facure e Monteiro-Filho 1996, Wang 2002, Facure et al 2003, aves e cobras. São também importantes para diagnósticos ambientais, sendo bons indicadores de alterações na paisagem e na estrutura local dos habitats (Pardini et al 2005, Bueno et al 2007, Pardini et al 2010, devido à sua alta especificidade no uso de habitats (Umetsu e Pardini 2007, Naxara 2008, Umetsu et al 2008) e micro-habitats (Püttker et al 2008a, Naxara et al 2009), ciclo de vida curto, alta diversidade e baixa capacidade de dispersão (Pires et al 2002).…”