Cobertura do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional Indígena (SISVAN-I) e prevalência de desvios nutricionais em crianças Yanomami menores de 60 meses, Amazônia, Brasil

Abstract

Objetivos: analisar a cobertura do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional Indígena (SISVANI) e estimar a prevalência de desvios nutricionais em crianças menores 60 meses, no Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI-Yanomami). Métodos: estudo transversal descritivo, efetuado entre maio/2008 e abril/2009. Para o cálculo da cobertura considerou-se a divisão das crianças avaliadas pelo total de crianças cadastradas e incluíram-se os Pólos-Base com pelo menos um registro de peso e estatura em cada trimestre. A avaliação nutricional baseou-se no primeiro registro identificado no período em estudo e utilizou como referência as curvas da Organização Mundial da Saúde (2006). Fatores associados ao baixo peso para a idade (P/I) foram analisados por meio de regressão logística. Resultados: a cobertura média nos 8 Pólos-Base selecionados foi 27,7%. Ao todo, 80,5% crianças apresentaram baixa E/I; 57,5% baixo P/I; 8,4% magreza e 5,5% sobrepeso. Registraram-se as maiores chances de baixo P/I nas crianças 36 a 59 meses e no subgrupo Sanumá (OR=2,9; IC95%: 2,1-3,9 e OR=9,8; IC95%: 5,9-16,1, respectivamente). Não houve diferenças entre sexos. Conclusões: embora a cobertura do SISVAN-I tenha sido baixa, o sistema mostrou-se útil ao revelar a grave situação nutricional das crianças do DSEIY-anomami e sinalizar para a necessidade de medidas de intervenção.

Associação de baixa estatura severa em crianças indígenas Yanomami com baixa estatura materna: indícios de transmissão intergeracional

“…The high proportion of mothers with short height (< 145cm), approximately 2/3 of the sample studied in this investigation, is compatible with the historic precariousness of the Yanomamis' nutritional situation, which has already been pointed out by other authors at different times and in different scenarios 16,27 , indicating that these adverse processes take place continuously and over a long period. The association between severe stunting in infancy and low height in Yanomami mothers suggests that these height deficits have been repeated for several genera-tions, possibly resulting in premature births and in newborns being less than the expected weight, and small for their gestational age 28 .…”

“…Although some authors have reported high prevalences of stunting in indigenous children in South America 10,14 and in Guatemala 15 , prevalences above 80% have only been recorded among the Yanomami. Pantoja et al 16 , in a study that evaluated the coverage of the Indigenous Yanomami Territory Food and Nutrition Vigilance System, including the Base Stations of Paapiu and Waikás, reported a prevalence close to 80%, of stunting in children below the age of five, similar to those revealed in this study. Hidalgo et al 17 also reported 72.3% prevalence of stunting in children of this age group.…”

“…One characterization that could to some extent contribute to deterioration of nutritional status is the high level of expenditure of energy resulting from the Yanomami's high mobility. This is a marked characteristic of the group: they travel long distances in the interior of the forest, mainly in hunting and gathering activities, but also in ceremonial visits to distant villages, and in search of new areas to live 16,21 . Another consequence that could further exacerbate the situation is the limited access to basic health services and the permanent exposure to the illnesses that are typical endemic in the region, such as malaria, tuberculosis, acute respiratory conditions and onchocerciasis (river blindness) 16,22,23 .…”

“…This is a marked characteristic of the group: they travel long distances in the interior of the forest, mainly in hunting and gathering activities, but also in ceremonial visits to distant villages, and in search of new areas to live 16,21 . Another consequence that could further exacerbate the situation is the limited access to basic health services and the permanent exposure to the illnesses that are typical endemic in the region, such as malaria, tuberculosis, acute respiratory conditions and onchocerciasis (river blindness) 16,22,23 . Knowledge on this complex local scenario could help explain the alarming rates of illness and death found among Yanomami children and support preparation of interventions that are adapted to the local conditions.…”

Fatores associados à cobertura do Sisvan Web para crianças menores de 5 anos, nos municípios da Superintendência Regional de Saúde de Belo Horizonte, Brasil

“…No presente estudo, a mediana de cobertura do Sisvan Web para crianças menores de 5 anos nos 37 municípios avaliados, no período de setembro a outubro de 2012, foi 5,59%, sendo que os valores de cobertura variaram entre 0,55% e 35,8%. Outros estudos também verificaram baixas coberturas para o Sisvan 13,19,20 . Estudo em que se avaliou a cobertura do Sisvan para crianças menores de dois anos também na SRS-BH, nos anos de 2008 a 2011, verificou baixas coberturas e pouca utilização dos dados do Sisvan.…”