O objetivo desta pesquisa foi identificar e avaliar as intervenções organizacionais que podem causar impacto no desempenho dos serviços de atenção primária à saúde para promover o acesso e integralidade da assistência em saúde. Para isso, foi utilizado métodos mistos para avaliação de 38.865 equipes de atenção básica participantes do terceiro ciclo do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade na atenção básica do Ministério da Saúde e 16 equipes de atenção básica do município de Ribeirão Preto-SP. Os resultados mostraram que aspectos referentes a estrutura e processo de trabalho possuem impacto no desempenho das equipes, com grande variabilidade nas regiões do Brasil. A média de desempenho final foi maior na região Nordeste com 6,2 (1,18) e menor na região Norte com 5,33 (1,15). As equipes com desempenho <6 quanto ao acesso, organização e processo de trabalho possuem 47,3 vezes a chance de apresentar nota final de certificação <6, quando comparadas às equipes com desempenho ≥ 6. Na análise de conteúdo, as categorias dos fatores limitantes para o acesso foram demanda espontânea excessiva, modus operandi do usuário, falta de estrutura, complexidades do território e questões do processo de trabalho. Nas categorias dos facilitadores do acesso foram encontradas as estratégias para o acesso, trabalho em equipe, vínculo, atividades em grupo e atividades de planejamento. A conclusão apresenta que a estrutura física, estrutura de tecnologia de informação e comunicação, materiais e insumos sempre disponíveis, coordenação e continuidade do cuidado nos ciclos de vida, de acordo com as necessidades do território adscrito são estratégias que promovem o acesso e a integralidade da assistência no âmbito da atenção primária à saúde.Palavras chave: Atenção Primária à Saúde (APS). Acesso aos serviços de saúde. Integralidade do cuidado. Necessidades e demanda de serviços de saúde. Intervenções organizacionais.