Na ótica dos Estudos Críticos do Discurso (Van Dijk, 2008), as relações de poder e abuso do poder, as diferentes formas de dominação sofridas por pessoas ou grupos sociais, são usualmente mediadas pela linguagem. Diante disso, o objetivo deste trabalho é examinar como, no domínio discursivo religioso, os tradutores da Bíblia (particularmente do Novo Testamento) evidenciam posições ideologicamente marcadas ao optarem por determinadas traduções do original grego para termos relacionados com a função sacerdotal, com implicações para a legitimação discursiva de relações desiguais entre pares como clérigo-leigo e homem-mulher. Para o estudo, foram selecionadas três passagens do Novo Testamento, em que serão examinadas especialmente as opções adotadas para tradução dos substantivos gregos e e do verbo em três diferentes versões da Bíblia.