O professor de filosofia: limites e possibilidades - dinâmica e problematização do ensino-aprendizagem

Abstract

A temática do presente texto versa sobre limites e possibilidades do professor de filosofia na relação ensino-aprendizagem desenvolvida nas salas de aula. Localizando os elementos fundamentais ao processo pedagógico - tais como o ensino, o papel do professor, a experiência filosófica e o sentido pedagógico de reaprender o aprendido -, o contexto pedagógico é pensado nos seus agentes e no objetivo a ser alcançado: o conhecimento que permite a integração de saberes. Recorrendo à contribuição do pensamento de Hannah Arendt no que corresponde ao esclarecimento de uma das várias questões da crise da educação, que segundo a autora é a quebra da autoridade do professor, faz-se o resgate do papel fundamental do docente no jogo ensino-aprendizagem. Tal resgate torna-se possível quando a prática docente é repensada nos termos próprios de sua fundamentação e perspectiva mais abrangente: a formação humana. Ao longo do texto, as propostas pedagógicas de pensadores da educação para o ensino de filosofia em turmas de ensino médio contribuem para a compreensão das perspectivas lançadas na abordagem do tema. Elementos como aprendizagem, conteúdo, ensino, processo educativo são retomados de modo que favoreçam a apreensão do sentido verdadeiramente filosófico da disciplina filosofia. Imprescindível para tal acontecimento é a experiência, que não se caracteriza empiricamente, mas no modo pela qual busca contribuir para o desenvolvimento do modo de conceber e desenvolver a docência de filosofia, da mesma forma que tem por intenção permitir o florescimento de novas formas de aprendizagem como proporcionadora de uma verdadeira experiência filosófica.

Indo além da Natureza da Ciência: o filosofar sobre a Química por meio da ética química

“…Conceitual: a Filosofia procede por meio da criação de conceitos 97 ou pensando por meio deles, sendo produzidos ou utilizados em virtude de problemas "vividos" pelo filósofo. No entanto, a Filosofia não busca necessariamente soluções acabadas, priorizando as formas possíveis de encarar um problema 98 (Cerletti & Kohan, 1999;Fleuri, 1987;Gallo, 2007Gallo, , 2010Gelamo, 2007;Meucci & Barros Filho, 2009;Pereira et al, 2014;Pimentel & Monteiro, 2010;Ramalho & Lima, 2015;Zuben, 1992); 5. Dialógica: a Filosofia confronta-se consigo mesmatendo em vista os diferentes filósofos e seus pontos de vista -, com os outros saberes e com o mundo (Cerletti & Kohan, 1999;Fleuri, 1987;Gallo, 2007;Gelamo, 2007;Pereira et al, 2014); 6.…”

“…A caracterização, modos de proceder e posturas da Filosofia têm consequências em relação ao que ensinar e como ensinar. Nota-se um consenso sobre a necessidade do ensino de Filosofia contemplar o trânsito entre o par dialético ensinar a Filosofia e ensinar a filosofar (Alves, 2013;Cerletti & Kohan, 1999;Danelon, 2010;Dias, 2009;Gallo, 2007Gallo, , 2010Gelamo, 2010;Goto, 2007Goto, , 2009Murcho, 2008;Palacios, 2007;Pereira et al, 2014;Pimentel & Monteiro, 2010;Ramalho & Lima, 2015;Ramos, 2007;Rodrigo, 2007;Severino, 2009;Zuben, 1992) 99 .…”

“…", bem como desempenhem a atividade de buscar respostas às questões (Matos & Medeiros, 2015;Ramalho & Lima, 2015);  Refletir a partir e em função dos problemas da Química, considerando também e estabelecendo relações com problemas conhecidos ou vividos pelos estudantes a respeito da Química. Isto é fundamental para dar sentido ao que é estudado, sua compreensão e seu enfrentamentonão apenas como recurso didático, mas como forma de estabelecer uma atitude questionadora em relação à atividade química (Cerletti & Kohan, 1999;Fleuri, 1987;Matos & Medeiros, 2015;Palacios, 2007;Pimentel & Monteiro, 2010);  Os problemas devem ser atrelados à Filosofia da Química, em especial, seus problemas, assuntos, conceitos e perspectivas, avaliando seus fundamentos, plausibilidade e aceitabilidade (Murcho, 2008;Pereira et al, 2014;Ramos, 2007);  A discussão e argumentação em sala de aula devem ser fomentadas com mais de uma perspectiva sobre o tema em questão, contemplando, assim, o pensamento divergente (Cerletti & Kohan, 1999;Danelon, 2010;Ramalho & Lima, 2015;Silveira, 2007);  Garantir a liberdade de revisar e questionar as diferentes respostas, especialmente quando se considera o par professor-alunos: os caminhos apresentados pelo professor não podem ser tomados como obrigatórios para os alunos (Cerletti & Kohan, 1999;Silveira, 2007);  Para as diferentes posições envolvidas, o professor deve fornecer subsídios na forma de ideias, conceitos e orientações que auxiliem os estudantes a fazer suas próprias escolhas (Silveira, 2007).…”