A experiência audiovisual nos espaços educativos: possíveis interseções entre educação e comunicação

Abstract

O presente trabalho relaciona os campos da comunicação e da educação a partir de uma reflexão sobre a experiência audiovisual no contexto dos espaços educativos. Aponta-se a transversalidade das mídias audiovisuais como um desafio importante para a escola, considerando-se a complexidade do momento histórico em que vivemos e seus processos de construção de subjetividades decorrentes dos novos modos de ler, ver, pensar e aprender. Procuramos encontrar, nas práticas atuais dos espaços de sala de aula, elementos que pudessem fornecer subsídios para aprofundar algumas questões relacionadas ao discurso áudio-imagético dentro de uma perspectiva histórico-cultural, recolocando a questão das poéticas tecnológicas, inserindo a técnica no universo da cultura. Nossa preocupação com relação às referências teóricas para este estudo foi a de não limitar as questões problematizadas nesta investigação a determinados guetos teóricos, sem que, para isso, o objeto de pesquisa sofresse diluições. Assim, trabalhamos com autores que nos ajudaram a transitar por diferentes campos do conhecimento e saberes. Estabelecemos diálogos com o pensamento bakhtiniano; com pesquisadores que estão refletindo sobre as produções audiovisuais contemporâneas; e com autores como José Luiz Braga e Regina Calazans; Martin-Barbero; e David Buckingham que nos permitiram uma visão ampliada sobre a contemporaneidade e as questões significativas dos campos da educação e da comunicação, especialmente as questões relacionadas aos estudos de educação para as mídias.

Química e Arte: uma proposta de desenvolvimento de um projeto a partir da metodologia ABP

“…A produção de audiovisuais é um desafio ainda a ser superado no ensino, apesar da inserção da tecnologia apresentar-se cada vez mais frequente no cotidiano dos estudantes. Os materiais audiovisuais no ambiente escolar promovem ações de interesse diferentes em relação ao ensino tradicional, totalmente expositivo, possibilitando o desenvolvimento de aspectos emotivos, imaginários e uma percepção diferenciada do ensino (PIRES, 2010). Paim (2006) expõe que na produção de um material audiovisual é necessário seguir algumas etapas no qual serão fundamentais em sua execução, tais como: a escolha de um assunto específico, com uso de referências fundamentadas que podem ser por meio de livros, jornais, entrevista, entre outros.…”

Luz, câmera, produção: uma análise do processo de criação e utilização de recursos audiovisuais em aulas remotas, híbridas e presenciais

“…Para tanto, foram realizados questionamentos acerca da alteração do contexto educacional e das novas estratégias de ensino e o papel dos recursos audiovisuais. Os participantes demonstraram, em suas produções, a importância que veem na utilização de vídeos na educação, dialogando, também, com o estudo de Pires (2010), quando discute, em relação ao sistema escolar brasileiro, construído e enraizado, durante muito tempo, baseado na palavra escrita, como podemos observar, através da produção de P33, referente a atividade 2 do segundo encontro (figura 8), na qual a autora diz, em áudio: [...] eu acho essa mudança de estratégias algo muito positivo, visto que amplia o universo de aprendizagem do aluno, ele não fica só naquelas aulas, onde o professor só fala, fala, e escreve no quadro e cobra deles atividades escritas.…”

“…Assim, ainda segundo Pires (2010), em uma sociedade mediatizada, há múltiplas formas de mediação e difusão desses saberes, assim como antigos (e novos) espaços de aprendizagens reelaborados e ressignificados. Desse modo, evidencia-se que "a linguagem digital, expressa em múltiplas TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação), impõe mudanças radicais nas formas de acesso à informação, à cultura e ao entretenimento" (KENSKI, 2012, p. 33), sendo então necessário, ainda, segundo Kenski (2012), que se utilize a educação para ensinar sobre as tecnologias, pois somente assim elas serão assumidas e utilizadas plenamente, em todas as suas funções e possibilidades, pelas demais pessoas.…”

Tecnologias educacionais em rede como mediadoras do ensino-aprendizagem da Agroecologia: produção e uso do audiovisual nas ciências agrárias

“…Finalizando esta seção, as respostas elencadas entre os entrevistados apontam, de forma geral, para a importância do vídeo como instrumento didático educativo uma vez que estas possibilitam comunicação, facilitando diálogos e compreensões, a partir de novas dinâmicas de construção do conhecimento, onde o uso das tecnologias contribui para reelaboração de "velhas percepções", tendo o audiovisual como mediador deste processo (PIRES, 2010).…”