Neste texto pretendo discutir sobre a importância de se promover um ensino de espanhol língua estrangeira (ELE) inclusivo “de nossas referências étnico-raciais” (LIMA, 2015, p. 25) e que proponho aqui a partir de um trabalho pedagógico com o romance infanto-juvenil Perro viejo (2005), da escritora afro-cubana Teresa Cárdenas, a ser realizado com estudantes do Ensino Médio, considerando as possibilidades que a obra oferece para o exercício de uma prática docente sensível às identidades que compõem a sala de aula e pautada no resgate da memória da diáspora negra na América Latina. Para justificar a pertinência desse trabalho, retomo o debate promovido por intelectuais negros, como Nazaré Lima, Florentina Souza, Petronilha Silva, Ione Jovino, Sueli Carneiro, Nilma Lino, Luis Alberto Gonçalves, Stuart Hall e Achile Mbembe sobre temas como representação, diáspora, e acesso da população negra à educação, ensino e aprendizagem em perspectiva étnico-racial.