Série de treinamento intervalado de alta intensidade como índice de determinação da tolerância à acidose na predição da performance anaeróbia de natação

Abstract

O objetivo do presente estudo foi determinar a tolerância à acidose através de uma série de nados intervalados de alta intensidade e relacionar com a velocidade de limiar anaeróbio (VLan), concentração de lactato sanguíneo de pico ([Lac]pico), capacidade de trabalho anaeróbio (CTA), freqüência de braçada (fB), comprimento de braçada (CB) e índice de braçada (IB) na predição da performance de 100m de natação. Dez nadadores realizaram seis nados máximos de 100m no estilo crawl com intervalo de seis minutos. Amostras de sangue foram coletadas cinco minutos após cada nado para posterior análise de lactacidemia ([Lac]). Através da razão entre [Lac] e os respectivos tempos de execução dos seis nados, determinou-se a tolerância à acidose (TA). O número de braçadas realizadas durante os seis esforços foi anotado para determinação da fB, CB, IB. Um nado máximo de 100m foi utilizado como parâmetro de performance (P100) e amostras de sangue foram coletadas para determinação da concentração de lactato sanguíneo de pico ([Lac]pico). Três esforços progressivos de 400m foram realizados para determinação da VLan correspondente à concentração fixa de 3,5mM de lactato. Esforços máximos de 200 e 400m foram realizados para determinação da CTA por regressão linear (coeficiente linear). Os resultados apresentaram significativas correlações (p < 0,05) da TA com VLan (r = 0,77), [Lac]pico (r = 0,81), CB (r = 0,85) e IB (r = 0,84). Além disso, a P100 foi correlacionada com VLan (r = 0,88), TA (r = 0,95), [Lac]pico (r = 0,77), CB (r = 0,97) e IB (r = 0,96). Conclui-se que a TA determinada a partir de série de treinamento intervalado de alta intensidade parece ser útil para determinar a aptidão anaeróbia e predizer a performance de 100m de natação, além de ser influenciada pelo CB e IB.

Limiar anaeróbio em atletas de natação: uma revisão sistemática

“…Eles são relevantes para prescrição do treinamento do nadador durante a temporada, pois verificam o comportamento da concentração de lactato ao longo de vários períodos de tempo e reporta-se como uma ferramenta importante na prescrição de treino dos atletas (PYNE, LEE, SWANWICK, 2001;CAMPOS et al, 2014). O maior valor de concentração de lactato encontrado foi de 13.5 ± 1.6 mmol, no estudo do autor Deminice et al (2007), que teve como objetivo determinar a tolerância à acidose através de uma série de nados intervalados de alta intensidade e relacionar com variáveis fisiológicas e mecânicas para predição da performance de 100 m na natação. Contudo, os demais estudos apresentaram diferentes valores da concentração de lactato em diferentes métodos, sendo 1.8 mmol o valor mais baixo (em 20x100 m) (SKORSKI et al, 2012).…”

“…Verificou-se diversas formas de identificação do LAn em diferentes protocolos de testes. Os protocolos de testes incrementais foram os mais utilizados (KOKUBUN et al, 1996;PAPOTI et al, 2001;PYNE, LEE, SWANWICK, 2001;GATTI et al, 2004;LIMA et al, 2006;ANDERSON et al, 2006;DEMINICE et al, 2007;HOEFELMANN et al, 2011;MACHADO et al, 2011;DI MICHELE et al, 2012;CAMPOS et al, 2014). Observou-se também diferentes períodos de coleta de lactato, sendo divididos em sessão de horas (RIBEIRO et al, 2004;LIMA et al, 2006) ou semanas (CAMPOS et al, 2014).…”

“…Observou-se também diferentes períodos de coleta de lactato, sendo divididos em sessão de horas (RIBEIRO et al, 2004;LIMA et al, 2006) ou semanas (CAMPOS et al, 2014). De forma geral, podemos citar métodos de 30 minutos (DENADAI et al, 2002), VC (KOKUBUN et al, 1996;DEKERLE et al, 2002;HOEFELMANN et al, 2011;MACHADO et al, 2011) e teste contínuos (RIBEIRO et al,2004;SKORSKI et al, 2012) que também foram utilizados para identificação do LAn (PAPOTI et al, 2001;PYNE, LEE, SWANWICK, 2001;GATTI et al, 2004;RI-BEIRO et al, 2004;LIMA et al, 2006;ANDERSON et al, 2006;DEMINICE et al, 2007;HOEFELMANN et al, 2011;DI MICHELE et al, 2012;SKORSKI et al, 2012, CAMPOS et al, 2014.…”

“…Constatou-se que o protocolo de distância de repetições de 200 m foi o mais usado nos artigos analisados, sendo esta distância a mais utilizada na identificação do LAn para o grupo de nadadores descrito nos artigos (DEKERLE et al, 2002;RIBEIRO et al, 2004;PAPOTI et al, 2005;LIMA et al, 2006;MACHADO et al, 2011;SKORSKI et al, 2012). Outras distâncias foram aplicadas nos testes, dentre estas, 50 m, 100 m, 400 m e teste de 30 minutos, considerando diferentes intensidades para cada protocolo (PAPOTI et al, 2001;PYNE, LEE, SWANWICK, 2001;GATTI et al, 2004;RIBEIRO et al, 2004;LIMA et al, 2006;ANDERSON et al, 2006;DEMINICE et al, 2007;HOEFELMANN et al, 2011;DI MICHELE et al, 2012;SKORSKI et al, 2012, CAMPOS et al, 2014DEKERLE et al, 2002;PAPOTI et al, 2005;LIMA et al, 2006;MACHADO et al, 2011).…”

“…Porém, a utilização de métodos diretos de avaliação do LAn em atletas de natação pode ser limitada por questões financeiras ou pela falta de praticidade na aquisição de dados (HOEFELMANN et al, 2011). Sendo assim, existem métodos indiretos para predição do LAn, como protocolos validados que utilizam variáveis não invasivas, como a velocidade crítica (VC) (KOKUBUN et al, 1996), força crítica (PAPOTI et al, 2001), variabilidade da frequência cardíaca (DI MICHELE et al, 2012), tolerância à acidose (DEMINICE et al, 2007) e teste incremental no ergômetro de braço (DENADAI et al, 2002).…”