Neste texto discutirei os sambas-enredo exibidos nos carnavais da cidade de São Paulo, entre 1980 e 1991, os quais homenageiam cantoras e intérpretes brasileiras, a exemplo de Carmem Miranda, que recebeu tributo três vezes, Clara Nunes que foi enredo de duas escolas de samba diferentes, e Elis Regina. Tais enredos alinham-se às exigências decorrentes da institucionalização dos festejos carnavalescos desde 1968 em cujos desfiles devem exibir temas voltados para o folclore (lendas, mitos, etc.,) e para a história do país, de modo a lhes conferir o perfil de brasilidade desejado pelos circuitos oficiais. Pergunta-se: em que medida os tributos a essas mulheres cumprem os objetivos almejados se tais escolhas se inserem em outros interesses?