Movimentos sociais na teoria e na prática: como estudar o ativismo através da fronteira entre estado e sociedade?

“Um carro a menos”: análise sobre a atuação do movimento cicloativista na disputa sobre a política de mobilidade urbana de Porto Alegre

“…Aceitando o argumento tillyano de que sempre há um leque limitado de maneiras de agir disponíveis a atores histórica e socialmente situados, pesquisas recentes têm crescentemente questionado, no entanto, a visão de que os movimentos sociais apresentam um repertório ou táticas homogêneos e, mais do que isto, que estes tenderiam a se limitar à ação confrontacional extrainstitucional (GOLDSTONE, 2003). Ao contrário, estudos empíricos têm demonstrado que a combinação de diferentes formas de ação '' confrontacional e cooperativa, institucional e extrainstitucional, visível e subterrânea '' tende a ser um elemento recorrente na conformação dos movimentos sociais (ABERS, SERAFIM e TATAGIBA, 2014; ABERS e VON BÜLLOW, 2011;CARLOS, DOWBOR e ALBQUERQUE;DOWBOR, 2012;LEITÃO, 2012;SILVA e OLIVEIRA, 2011).…”

Os desafios da efetividade e o estatuto jurídico da participação: a Política Nacional de Participação Social

“…No Brasil, as pesquisas acompanharam a produção internacional no que tange à operacionalização dos princípios deliberativos em variáveis e indicadores mensuráveis empiricamente (Coelho & Nobre, 2004;Cunha et alii, 2011). Mas, diante de experiências contínuas e institucionalizadas de interação entre Estado e sociedade, esta agenda no país se intensificou, perdendo centralidade tanto os estudos sobre engajamentos informais dos atores sociais e seus distintos repertórios de interação com o Estado, quanto o referencial teórico das teorias dos movimentos sociais que, neste momento, priorizava os repertórios de confronto com o Estado (Abers & von Bülow, 2011). Além disso, vale destacar que movimentos sociais e sociedade civil nas instituições participativas têm a prerrogativa de produzir decisões vinculantes e não apenas opiniões ou conselhos, como na maioria dos minipúblicos, foco da literatura internacional.…”

Environmental Licensing in Brazil: Revisiting the Borders between State and Civil Society

“…The same actors would conciliate time and resources used for social movements and for institutional politics, simultaneously (2003:5). In a similar direction, Abers and Bülow (2011) propose a network approach to social movements in order to observe the multiple ways of interaction between actors involved in collective action and inside the State apparatus, which puts into question aprioristic establishment of boundaries between the social and the institutional sphere (2011:71-72 represented an opportunity to articulate their interests, agenda and practices (Lavalle, 2014:14). As a consequence, other kinds of interaction between State and civil society -besides the contentious ones -gained relevance, which can be called "interaction repertoires".…”