“…No entanto, diferentemente da literatura de C&P, frequentemente preocupada com os efeitos negativos dos media sobre as atividades políticas e os cidadãos (Gomes, 2004;Maia, 2006;Marques, Miola, 2010;Miguel, 2010), a literatura sobre internet e política (I&P) inicia-se, no geral, de maneira mais otimista e normativa quanto a possíveis potenciais e efeitos bené-ficos dos meios digitais para regimes democráticos. Em grande medida, criou-se uma dicotomia entre, de um lado, os "media tradicionais", baseados em uma lógica de difusão massiva (um emissor, muitos receptores), com grande concentração dos meios por pouco agentes econômicos e de uma falta pluralidade de agendas e atores políticos (especialmente da esfera civil) e, de outro, as "novas mídias", que funcionariam menos baseadas na comunicação um-muitos e mais em uma lógica pós-massiva, de comunicação muitos-muitos.…”