Este artigo tem como objetivo descrever a implantação da panificadora-escola na Penitenciária de Juiz de Fora I – José Edson Cavalieri, cujo escopo prevê, em parceria com o SENAI, a oferta de qualificação profissional básica, destinada às mulheres presas no referido estabelecimento. Ao longo do referencial teórico buscou-se apresentar brevemente a história do pão e do padeiro, discorrer sobre a mulher enquanto prisioneira, bem como sobre os direitos à educação e ao trabalho. Além disso, houve um esforço no sentido de conceituar os termos ofício, profissão e o ofício de padeiro e, por fim, apresentar um sucinto aporte teórico no que concerne às relações sociais de sexo/gênero, especialmente no que se refere à divisão sexual do trabalho. Na sequência, foi apresentado o projeto panificadora-escola na penitenciária e o respectivo plano de curso qualificação profissional básica de “padeiro”. Os resultados dessa pesquisa indicaram a relevância dessa qualificação para o público-alvo, visto que contribui para uma ocupação feminina capacitada no mercado de trabalho e, possivelmente facilitará a reintegração social, possibilitando geração de renda para manutenção da vida fora do cárcere, com o mínimo com dignidade. Este trabalho é resultado de uma investigação de natureza qualitativa, que utilizou como procedimentos metodológicos as pesquisas bibliográfica e documental. O intuito foi gerar reflexões acerca da possível sub-representação feminina no ofício de padeiro, mas, sobretudo, fomentar demais discussões e ações em prol dessas políticas públicas voltados à responsabilidade social, especialmente às mulheres encarceradas.