O incremento do encarceramento feminino tem levado as autoridades a confinarem mulheres dentro dos presídios masculinos. O estudo - oriundo de pesquisa realizada na 5ª Região Penitenciária do Rio Grande do Sul - discute as dinâmicas carcerárias, mostrando que o acesso aos espaços, a distribuição do trabalho, a aplicação dos castigos e a definição das regras disciplinares são referenciados por uma orientação masculina. Nesta, o poder se volta para as mulheres, visando condicionar suas práticas a uma sexualização dirigida para o viril, ao mesmo tempo que positiva, nesse padrão, os comportamentos masculinos. As especificidades da condição feminina em tais espaços conduzem a que se definam esses presídios como "masculinamente mistos".
A pioneer work both within social sciences approaches on prison environments and about the issue of female inmates in those environments, Julita Lemgruber's "Cemitério dos Vivos" (The Cemetery of the Living) brings us important reflections about social dynamics and processes that took place between 1976 and 1978 at Rio de Janeiro's Talavera Bruce Penitentiary. Having been the author's Sociology Master's Thesis at IUPERJ (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro), the work is always up-to-date in the context of the penitentiary issue. Its value-still and exemplarily-aggregates a whole professional trajectory based on the committed and confident search for mitigating human suffering and abolishing the punishment of deprivation of freedom.
Em meados dos anos de 1970 foi publicada A questão penitenciária, de Augusto Thompson, que consideramos marco de uma década que "presenciou uma espécie de tomada de consciência coletiva do problema representado pela criminalidade no Brasil urbano" (Silva, 2005, p. 15) 1. Entre os inúmeros méritos desse livro, destacamos o fato de ele pontuar a complexidade constitutiva da então chamada questão penitenciária, complexidade esta que se faz na tessitura de dimensões sociais, políticas e econômicas das sociedades modernas. Em 1991, já na terceira edição dessa obra, Thompson foi contundente ao delinear um horizonte para os desafios lançados por ela: No momento, esposo o ponto de vista de que a questão penitenciária não tem solução "em si", porque não se trata de um problema "em si", mas parte integrante de outro maior: a questão criminal, com referência ao qual não desfruta de qualquer autonomia. A seu turno, a questão criminal também nada mais é que mero elemento de outro problema mais amplo: o das estruturas sócio-político-econômicas. Sem mexer nestas, coisa alguma vai alterar-se em sede criminal e, menos ainda, na área penitenciária (1991, p. 110). No Brasil, a partir da publicação dessa obra em 1976, emergiram uma redimensionada perspectiva criminológica (mais crítica) e aquilo que nos permitimos chamar de sociologia nas prisões. Instigados tanto por esse 1. No campo cognitivo das questões penitenciárias, outros importantes estudos foram desenvolvidos na mesma década, ainda que publicados posteriormente; destacamos Lemgruber ([1983] 1999), Ramalho ([1979] 2002) e Coelho ([1987] 2005). [N. E.: A data entre colchetes refere-se à edição original da obra. Ela é indicada na primeira vez que a obra é citada. Nas demais, indica-se somente a edição utilizada pelo autor].
Se analizan el militarismo, el racismo y las sensibilidades bárbaras como peculiaridades socioculturales que, producto de procesos sociales de larga duración en el Cono Sur de América Latina, inciden en características y claves de interpretación de los sistemas de control social y castigo que se encuentran en la actualidad. Se trata de uma investigación exploratoria com base bibliográfica, referenciada em la sociología procesual de Norbert Elias. Sus resultados contribuyen tanto a resaltar elementos de amalgamas autoritarias y microdespotismos sociales, como a la elaboración de una agenda de investigaciones em el campo de la Sociología Histórica de la Pena.
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