“…A autora também aproxima as narrativas de 'Eu, leitora' ao folhetim: [...] são publicados ora de forma folhetinesca, ora sob o prisma de manuais de 'bom comportamento', como muitas revistas femininas fazem hoje em relação à moda, ao estilo, ao comportamento, ao padrão de beleza feminina e masculina, e principalmente à forma de conduzir o cotidiano que enformam e engessam a mulher. (DIAS, 2003, p. 11) Há também em 'Eu, leitora' uma proximidade com os fait divers, que Morin define como "aquela 'franja do real em que o inesperado, o bizarro, o assassínio, o incidente, a aventura, irrompem na vida quotidiana'" (MORIN apud WOLF, 2002, p. 103), e que beiram o espantoso, o sensacional, o inacreditável e, também, o admirável (VIEGAS, 2014) -associados aos relatos que não se enquadram nas editorias tradicionais e 1 A seção francesa equivalente, ainda em circulação, é intitulada 'Moi lectrice'. Segundo Dias (2003), até 1998 a seção era publicada sob a rubrica de reportagem.…”