Medidas fonológicas em crianças com transtorno fonológico

Abstract

OBJETIVO: Comparar o desempenho de crianças com e sem transtorno fonológico (TF) quanto às habilidades de consciência fonológica (CF), índice de Porcentagem de Consoantes Corretas - Revisada (PCC-R) e Índice de Inconsistência de Fala (IIF), além de correlacionar estes resultados entre si. MÉTODOS: Participaram 36 sujeitos, entre 5 anos e 7 anos de idade, divididos em: Grupo Pesquisa (GP): 18 crianças com TF; e Grupo Controle (GC): 18 crianças em desenvolvimento típico de linguagem. Foi calculado o PCC-R, aplicado o IIF e o Teste de Sensibilidade Fonológica-Visual (TSF-V): aliteração igual (AI), diferente (AD) e total (AT), rima igual (RI), diferente (RD) e total (RT). Os resultados foram analisados estatisticamente. RESULTADOS: Foram encontradas diferenças na comparação dos grupos em todos os índices, com melhores desempenhos no GC. Neste, houve correlação negativa do IIF com todas as habilidades de CF e com o PCC-R, exceto com RI. Em todos os subtestes do TSF-V houve correlações positivas entre si. No GP, foram encontradas correlações positivas entre o PCC-R e as provas de aliteração; não foram encontradas correlações entre IFF e PCC-R, nem com as provas de CF. Houve correlações no TSF-V: AI com AT; AD com AT; AD com RD; RI com RT e RD com RT. CONCLUSÃO: Crianças com TF apresentam pior desempenho; as do GC, na medida em que estabilizam a produção de fala, desenvolvem as habilidades de rima e aliteração. As crianças do GP são mais inconsistentes e parecem desenvolver as habilidades de CF de forma desorganizada.

Programa de estimulação fonológica em crianças com transtorno fonológico

“…O TF é o distúrbio da comunicação mais frequente em crianças de idade pré-escolar, sendo que muitas dessas crianças podem apresentar mais tardiamente alterações na leitura e escrita (Gierut, 1998;Broomfield e Dodd, 2004;Wertzner et al, 2006Wertzner et al, , 2012aHerrero, 2007;Peterson et al, 2009;McLeod et al, 2013;Murphy et al, 2014). Essa questão impulsiona os fonoaudiólogos a buscarem cada vez mais procedimentos que sejam baseados em evidências e que permitam maior eficiência no diagnóstico (Dollaghan, 2004;Plante, 2004).…”

“…Estudos avaliam a Estimulabilidade de Fala (EF) tanto por meio de imitação de sílabas (Powell e Miccio, 1996) quanto de palavras (Tyler,1996). Quando analisada a EF de crianças com TF, verificou-se um melhor desempenho na imitação de palavras, quando comparado com imitação de sílabas (Glaspey e Stoel-Gammon, 2007;Castro e Wertzner, 2009, 2012aGlaspey e MacLeod, 2010).…”

“…Para o PB vários estudos (Wertzner 1992;Wertzner et al, 2005aWertzner et al, ,b, 2006Wertzner et al, , 2012a; Wertzner e Castro, 2012) empregaram as provas de IP e de NF da avaliação da fonologia do Teste de Linguagem Infantil -ABFW (Fonologia ABFW) (Wertzner, 2002;Wertzner et al, 2005b). Outros estudos também indicaram que o PCC-R demonstra ser um índice preciso de gravidade e de importante valor para a avaliação fonoaudiológica (Wertzner et al, 2005a (Powell et al, 1991;Lof, 1996;Miccio e Elbert, 1996;Powell, 1996;Powell e Miccio, 1996;Tyler, 1996;Miccio et al, 1999;Rvachew et al, 1999; Tyler e Macrae, 2010) e a IF (Crosbie et al, 2005;Holm et al, 2007;Castro e Wertzner, 2011 (Powell e Miccio, 1996;Tyler, 1996).…”

Memória verbal e visuoespacial de crianças com alteração primária de fala e linguagem

“…Para realizar esse diagnóstico, é preciso considerar tanto o histórico familial e a ocorrências de otites, quanto o desempenho na avaliação da produção fonética e fonológica (72,73) . Avaliações complementares, como a inconsistência de fala e a estimulabilidade, também são importantes, pois são capazes de identificar quais habilidades estão alteradas no indivíduo (73)(74)(75)(76)(77) .…”

Relação entre medidas fonológicas, de produção de fala e os potenciais evocados auditivos

“…Dentro dessa perspectiva de verificação dos subtipos do TF para falantes do Português Brasileiro, alguns estudos tiveram como objetivo investigar o aspecto familial do TF (Papp, 2003;Papp e Wertzner, 2006). Outros examinaram a descrição acústica articulatória (Gurgueira, 2000;Pagan, 2003;Ramos, 2010), as medidas de gravidade (Wertzner et al, 2005;, as características fonológicas (Castro e Wertzner, 2011;Wertzner et al, 2012; Wertzner e Pagan-Neves, 2012), as características auditivas (Vilela et al, 2016;Barrozo et al, 2015;Vilela et al, 2012;Gonçalves et al, 2011;Leite et al, 2010) (Wertzner, 2002;Pagan, 2003;Papp, 2003;Papp e Wertzner, 2006;Wertzner et al, 2006;Patah e Takiuchi, 2008;Castro, 2009;Cavalheiro et al, 2012) como internacionais (Hodson e Paden, 1981;Shriberg e Kwiatkowski,1982;Shriberg et al, 1986). (Shriberg e Kwiatkowski, 1982; corretas produzidas e o PDI, a densidade dos processos fonológicos produzidos pela criança, há uma correlação negativa entre esses índices (Wertzner e Galea, 2002;Wertzner et al, 2007).…”