RESUMO -Avaliaram-se o balanço de compostos nitrogenados e a síntese de proteína microbiana (PBmic) de vacas alimentadas com dietas contendo diferentes níveis de casca de café (0,0; 8,75; 17,5 e 26,25% da MS, correspondentes a 0,0; 3,5; 7,0 e 10,5% de casca de café na MS total da dieta) em substituição ao milho na ração concentrada. Foram utilizadas 12 vacas da raça Holandesa com produção média de leite de 23,4 kg. A síntese de PBmic foi estimada utilizando-se os derivados de purinas na urina e no leite. Amostras de urina spot dos animais foram coletadas aproximadamente 4 horas após a alimentação da manhã. A análise de regressão não detectou efeito dos níveis de casca de café sobre o consumo de nitrogênio total (441,3 g.dia) e a excreção de N na urina (190,8 g/dia) e no leite (114,7 g/dia). A casca de café aumentou a excreção de N nas fezes e promoveu balanço de N negativo. As excreções de alantoína na urina (294,6 mmol/dia), alantoína no leite (21,3 mmol/ dia), ácido úrico na urina (42,3 mmol/dia) e de derivados de purinas totais (358,2 mmol/dia) e a síntese de proteína microbiana Key Words: agroindustrial residue, creatinine, microbial nitrogen, purine derivatives, urea N
IntroduçãoAs exigências protéicas dos ruminantes são satisfeitas, em grande parte, pela proteína microbiana digestível no intestino delgado e pela proteína não-degradável no rúmen, sendo a proteína microbiana a principal fonte de aminoácidos para estes animais. Desta forma, estimativas do balanço de compostos nitrogenados e da síntese de proteína microbiana obtidas para diferentes alimentos e dietas podem ajudar a explicar as diferenças observadas no desempenho animal.A inclusão de alimentos concentrados na alimentação de animais ruminantes eleva a densidade energética e/ou protéica da dieta, favorecendo o consumo de nutrientes mais digestíveis, a síntese de proteína microbiana e, conseqüentemente, o desempenho animal. Entretanto, o elevado preço de ingredientes primários, como milho e farelo de