A relação entre disfunção temporomandibular e disfunção tubária em pacientes com fissura palatina

Abstract

OBJETIVO: investigar, em indivíduos com fissura palatina, a existência de disfunções temporomandibulares, tendo como fator predisponente a disfunção tubária. MÉTODO: foram avaliados 10 indivíduos (20 articulações temporomandibulares), operados de fissura de palato, que estavam em tratamento no Centro Clínico de Fonoaudiologia da PUC Minas, com idade variando entre 8 e 18 anos, de ambos os sexos, e que apresentavam história de otite média na primeira infância. Esses foram submetidos à meatoscopia, imitanciometria, pesquisa da função tubária, exame de palpação da musculatura orofacial e exames de imagem (radiografias transcraniana em seis posições e Ap de Town). RESULTADOS: foi observado que a maioria da amostra apresentava disfunção da tuba auditiva, correspondendo a 80% do total. Em relação à articulação temporomandibular nove indivíduos (90%) não apresentaram disfunção, em apenas um indivíduo (10%) foi verificado presença de desordem temporomandibular. CONCLUSÃO: ao analisar a relação entre a disfunção tubária e disfunção temporomandibular, não foram observados resultados significantes de acordo com o Teste Exato de Fisher, evidenciando que a articulação temporomandibular dos fissurados de palato, não sofre alterações provenientes do funcionamento ineficiente da tuba auditiva.

Síndrome de Van der Woude: o impacto de condições genéticas raras

“…Em decorrência da FLP, os pacientes apresentam uma série de variações anatômicas no lábio, no processo alveolar, na maxila, nos ossos palatinos e no palato mole, como a própria classificação demonstra (SPINA et al, 1972). As alterações no palato influenciam diretamente na fixação das fibras musculares, que estão localizados na rafe mediana, ocasionando um tracionamento muscular adequado do palato mole (MANZI et al, 2013). Essa disfunção na tração acarreta otites de orelha média recorrentes a esses pacientes, uma vez que as funções de contração, durante a deglutição, não conseguem regular de forma eficiente a pressão no interior da orelha, podendo ocasionar, em casos com maior severidade, a perda auditiva.…”

“…Já o palato mole é de origem muscular, sendo composto pelo: palatoglosso, palatofaríngeo, músculo da úvula, tensor do véu palatino e levantador do véu palatino (TEIXEIRA et al, 2008). As modificações em estruturas palatinas alteram a fixação dos músculos que estão localizados na rafe mediana, sendo assim não há o tracionamento muscular adequado no véu palatino (MANZI et al, 2013).…”

University Extension of Health Care: Multiprofessional care for people with cleft lip and palate

“…The literature indicates that the most frequent audiological alteration in children with CLP is otitis media (GARCIA-VAQUERO et al, 2018;SANTOS et al, 2011;RUEGG et al, 2017). The prevalence of this inflammation is significantly higher in children with CLP when compared to children without CLP, and the latter present recurrent episodes during childhood due to anatomical and functional alterations of the auditory tube and velopharyngeal sphincter (MANZI et al, 2013;NARAYANAN et al, 2013).…”

Céu da Boca: os impactos na comunicação e na qualidade de vida de pacientes com fissura labiopalatina e síndromes genéticas associadas.

“…Já o palato mole é constituído por cinco músculos, principalmente, pelo tensor do véu palatino, pelo músculo da úvula e pelo levantador do véu palatino (NORTON, 2018;PAULSEN;WASCHKE, 2012;TEIXEIRA et al, 2008). Alterações no palato interferem diretamente na fixação dos músculos que estão inseridos na rafe mediana, assim não tracionando adequadamente o véu palatino (MANZI et al, 2013).…”