Análise vocal em pacientes com disfonia espasmódica nos momentos pré e pós tratamento com toxina Botulínica A

Abstract

OBJETIVO: avaliar de forma objetiva e subjetiva a voz de pacientes com disfonia espasmódica nos momentos pré e pós aplicação de toxina botulínica A. MÉTODO: as emissões vocais de onze pacientes do sexo feminino foram registradas antes e após (15 dias) o tratamento. As amostras vocais foram analisadas por duas fonoaudiólogas com experiência em voz por meio da análise perceptivo-auditiva (escala GRBASI) e da análise espectrográfica. RESULTADOS: na análise perceptivo-auditiva com vogal sustentada os parâmetros que alteraram após o tratamento foram o grau de severidade, tensão e instabilidade, enquanto na fala encadeada foram o grau de severidade e a tensão. Na análise espectrográfica ocorreu melhora do traçado após o tratamento sem significância estatística entre os parâmetros. CONCLUSÃO: ocorreu melhora significante dos aspectos perceptivo-auditivos após o tratamento e, portanto, as injeções de toxina botulínica A mostraram-se eficazes no tratamento da disfonia espasmódica no grupo estudado.

Avaliação vocal e da qualidade de vida em pacientes com distonia laríngea em tratamento com toxina botulínica

“…O uso de TB é considerado o tratamento mais utilizado para a DLAD (Ludlow et al, 1988;Aronson et al, 1993;Adams et al, 1995;Woodson, 1995;Wong et al, 1995a;Inagi et al, 1996;Lindestad et al, 1997;Zwirner et al, 1997;Finnegan et al, 1999;Ludlow, 2000;Galardi et al, 2001;Langeveld et al, 2001;Boutsen et al, 2002;Tish et al, 2003;Adler et al, 2004;Cannito et al, 2004;Blitzer, 2005;Wingate et al, 2005;Baylor et al, 2007;Cannito et al, 2008;Ludlow et al, 2008;Paniello et al, 2009;Blitzer, 2010;Elmiyeh et al, 2010;Novakovic et al, 2011;Fulmer et al, 2011;Cannito et al, 2012ab;Dejonckere et al, 2012;Gama et al, 2012;Damrose, 2012;Hu et al, 2013;Rosow et al, 2013), sendo aplicado, principalmente, no músculo TA, apresentando alívio dos síntomas no segundo ou terceiro dia. Após a ação do medicamento, o tratamento atinge a estabilidade após duas semanas, quando se percebe melhora na qualidade da voz (Ludlow et al, 1988;Boutsen et al, 2002;Blitzer, 2010;Cannito et al, 2012a).…”

“…Após mais de duas décadas de estudos, ainda não há consenso quanto A identificação dos sinais e sintomas, bem como a eficiência no tratamento com TB para indivíduos com DLAD, tem sido bastante documentada por meio de estudos que apresentam análise perceptivo-auditiva (Ludlow et al,1988;Truong et al 1991;Adams et al,1995;Boutsen et al, 2002;Tish et al, 2003;Cannito et al, 2004;Blitzer, 2005;Eadie et al, 2007;Cannito et al, 2008;Braden et al, 2010;Cannito et al, 2012ab;Silverman et al, 2012;Hu et al, 2013); análise espectrográfica (Ludlow et al, 1988;Boutsen et al, 2002;Cannito et al, 2004;Rees et al, 2007;Cannito et al, 2008;Gama et al, 2012); análise acústica de parâmetros vocais (Adams et al, 1995;Zwirner et al, 1997;Sapienza et al, 1998;Boutsen et al, 2002;Kendall et al, 2011;Cannito et al, 2012ab); parâmetros aerodinâmicos (Finnegan et al, 1999;Boutsen et al, 2002) e impacto vocal na qualidade de vida e autopercepção (Aronson et al, 1993 ;Adams et al, 1995;Liu et al, 1996;Lindestad et al, 1997;Wingate et al, 2005 ;Paniello et al, 2009;Braden et al, 2010;Elmieyeh et al, 2010;Novakovic et al, 2011;Dejonckere et al, 2012;…”

“…No presente estudo não se evidenciou mudança significativa, porém os valores da média apresentaram discreta diminuição, sendo baixos quando comparados com os outros sete parâmetros vocais. Em outros estudos, também foi observada redução deste sinal sonoro após o tratamento com TB (Langeveld et al, 2001;Tisch et al, 2003;Cannito et al, 2004;Gama et al, 2012). Talvez no presente estudo, o grau de severidade da voz tensa-estrangulada seja maior do que os dos demais estudos.…”

“…Deve-se ressaltar que o tratamento com TB oferece benefícios incontestáveis quanto à melhora dos parâmetros vocais: redução das quebras de voz (Ludlow et al, 1988), redução nos espasmos (Adler et al, 2004), melhora na loudness (Ludlow et al, 1988;Langeveld et al, 2001), diminuição da tensão laríngea (Langeveld et al, 2001;Tish et al, 2003), aumento do tempo de emissão sustentada (Kendall et al, 2011), melhora nas características espectrográficas (Troung et al, 1991;Silverman et al, 2012;Gama et al, 2012) e redução do tremor vocal (Kendall et al, 2011).…”

“…Quanto ao termo oscilação de intensidade, este foi utilizado neste estudo pelas flutuações que ocorrem ao longo da emissão, identificados auditivamente nos registros de voz e observados no registro da intensidade no programa Praat, porém também tem sido empregado em outros estudos como instabilidade (Gama et al, 2012).…”