“…Para um psicanalista, um tratamento, no consultório ou na instituição, com usuários ou não de substâncias psicoativas, só se torna possível se for na contramão de um projeto identificatório, da criação de uma saída geral, homogênea para um sujeito (Calazans, 2008 A direção da escuta analítica, assim, é tomar a "toxicomania" enquanto um significante que, para cada sujeito, circunscreverá um modo de gozo, dirá de um modo de se relacionar com o objeto. Isto não significa que o psicanalista trabalha contra a proposta de saúde; mas sim que a abstinência, a redução de danos, a reinserção social só pode se articular enquanto finalidade, desde que se torne uma construção própria daquele sujeito e não um ideal previamente estabelecido.…”