Neste artigo, relatamos as motivações e características do Estudo Pró-Saúde enfatizando aspectos temáticos e metodológicos. Estudos longitudinais de populações "saudáveis" em idade laboral nas grandes metrópoles brasileiras são ainda escassos. Nessas metrópoles, a vida contemporânea pode modificar características de várias exposições e possivelmente seus efeitos; por outro lado, as condições vigentes de vida e trabalho de seus habitantes impõem dificuldades especiais à condução de estudos de coorte, com previsão de longo período de acompanhamento, em amostras da população geral. Populações de funcionários públicos apresentam patamar de escolaridade que permite a utilização de métodos eficientes de coleta de dados (por exemplo, autopreenchimento de questionários), heterogeneidade socioeconômica, e estabilidade do vínculo de trabalho que facilita o seguimento. Serão acompanhados 3.253 funcionários de uma universidade pública no Rio de Janeiro, que participaram da coleta de dados de base (fases 1 e 2, 1999-2001). Foram aplicados questionários autopreenchíveis e aferidos peso, altura, circunferência da cintura e pressão arterial. O estudo tem como foco principal a investigação de determinantes sociais da saúde. São detalhadamente investigados marcadores de posição socioeconômica, raça/etnia, religião, história conjugal e de migração. Enfatiza-se a aferição de indicadores relativos, como desigualdade e trajetórias sociais, e efeitos contextuais das áreas de residência e setores de trabalho. Finalmente, busca-se abordar temas ainda pouco explorados em nosso meio, como rede e apoio social, estresse no trabalho e experiência de discriminação.