Aspectos conceituais do perdão no campo da Psicologia

Abstract

Como a Psicologia é uma ciência relativamente nova, o interesse pelo estudo do perdão nessa área do conhecimento também é recente. Trabalhos mais sistemáticos surgiram apenas na década de 80, ainda fora do País, enquanto aqui, aparecem somente no início dos anos 2000. Considerando a recenticidade da produção científica relativa ao perdão em território nacional, este artigo tem como objetivo apresentar uma revisão de literatura abordando os aspectos conceituais do perdão no campo da Psicologia. Tendo em vista ser comum nas publicações sobre perdão o cuidado dos pesquisadores em definir e esclarecer como compreendem esse construto - sempre enfatizando que o modo como é compreendido tem implicações importantes na maneira como o estudam - um trabalho que trate dessas questões conceituais se mostra relevante para aqueles que estão envolvidos com pesquisas relativas ao tema em nosso país. O texto está estruturado em quatro partes, começando por uma breve apresentação de aspectos históricos relativos aos estudos sobre o perdão. Em seguida, são apresentados os principais pontos de divergência que envolvem a conceituação sobre o perdão. Após isso, são elencadas as principais definições propostas pelos estudiosos do tema, seguidas das considerações finais.

An Exploratory Study of Forgiveness’ Place into the Interpersonal Conflicts of Pre-teenagers

“…Still regarding the definition of forgiveness, Abreu et al (2011), observe that there are more points of disagreement among researchers than agreement, with more frequent consensus on what does not consist of forgiveness than on the contrary. Santana and Lopes (2012), agree with this view, reporting that the study of forgiveness is recent, both in the world and in Brazil, where it began only about twenty years later, in the years 2000, in the context of studying social skills. However, they point out that there is some consensus in the conception that forgiveness is a conscious choice to change the affective and cognitive dimensions of the offender.…”

“…It is worth observing that revenge is conceived by several researchers as incompatible with forgiveness, since it aims at the retribution of harm to the aggressor, while forgiveness involves the deliberate abandonment of the negative feeling to which one is entitled (Fehr, Gelfand & Monisha Nag, 2010;Struthers, Eaton, Santelli, & Uchiyama, 2008;Rizkalla, Wertheim & Hodgson, 2008;Davis & Gold, 2011;Eaton, & Struthers, 2006;Santana & Lopes, 2012;Abreu, Moreira & Rique, 2011).…”

“…Finishing the review of the found researches on forgiveness, it can be concluded that the act is a process of change of feelings towards the perpetrator (Santana and Lopes, 2012), which is favored by the manifestation of repentance, lack of intention and request of apologies by the offender (Fehr et al, 2010, Leunissen et al, 2013. The proximity to the perpetrator of the offense and the passing of time are factors that favor the granting of forgiveness, as well as age, religious practice and personal characteristics as the perspective-taking ability (Gouveia et al, 2009).…”

A infidelidade conjugal como porta-voz da complexidade relacional: revisão de literatura

“…Alguns aspectos não foram considerados pelos artigos revisados, como, por exemplo, o que se refere ao conceito do perdão 20 . Dessa forma, o perdão pode significar a superação das emoções negativas causadas pela ofensa, "bem como a expressão funcional de comportamentos em relação ao ofensor" 21 .…”

Escala de Disposição para Perdoar: estrutura, consistência interna e invariância fatorial

“…Nesse sentido, considerando os resultados antes descritos, observa-se a carência de estudos sobre a disposição para perdoar, especificamente no Brasil, talvez refletindo a recenticidade da temática no país, onde os estudos se intensificaram apenas a partir do inicio do presente século. Tal aspecto pode justificar a carência de medidas adaptadas à realidade brasileira que a avaliem (Santana & Lopes, 2012). Desse modo, justificam-se esforços para construir uma medida de disposição para perdoar, e logo desenvolver estudos para explicar essa conduta.…”