RESUMOA paralisia cerebral (PC) é definida como um comprometimento motor que limita a atividade e é atribuída a distúrbios não-progressivos do encéfalo imaturo. As desordens motoras da PC são frequentemente acompanhadas por déficit cognitivo, de comunicação e de percepção sensorial, alterações comportamentais e convulsões ou a combinação desses fatores, que tornam o sujeito dependente para o auto-cuidado e mobilidade e restringem sua participação social. Objetivo: relacionar a função motora grossa de indivíduos com PC com a sua inclusão social. Método: a amostra constituiu-se por 14 pais e seus filhos com diagnóstico de PC, com idades entre um ano e 15 anos, sendo nove do sexo masculino e cinco do sexo feminino. Como instrumentos de avaliação foram utilizados um questionário semi-estruturado e a escala Gross Motor Function Classification System (GMFCS). Resultados: os resultados indicaram que a inserção de indivíduos com PC no ensino regular não dependeu de melhores níveis funcionais, também não foi encontrada diferença quanto à convivência social em lugares públicos. Considerações finais: conclui-se que o comprometimento motor, de forma isolada, não limitou a participação social dos indivíduos da amostra.
INTRODUÇÃOA encefalopatia crônica não evolutiva da infância ou paralisia cerebral (PC), condição sensório-motora, originalmente relatada por Little em 1862, deve-se a uma lesão cerebral de caráter não progressivo, quando este ainda é imaturo 1,2 , podendo ocorrer no período pré, peri ou pós-natal 3 . Sua classificação baseia-se em critérios como o local da lesão 4 , a etiologia, a distribuição topográfica e o comprometimento motor 5 . A incidência da PC é estimada em dois a três casos para cada mil nascidos vivos em países desenvolvidos e, em países em desenvolvimento como o Brasil este número é superior, sendo uma das patologias mais Função motora grossa de indivíduos com paralisia cerebral: implicações para a inclusão social