A atuação dos enfermeiros egressos do curso de especialização em obstetrícia no nordeste do Brasil: da proposta à operacionalização

Abstract

Com o objetivo de detalhar a atuação de enfermeiros após especialização em Obstetrícia na Região Nordeste do Brasil e os benefícios dessa atuação consubstanciados em premiações para a instituição em que trabalhavam, procedeu-se a estudo transversal, descritivo, exploratório, entre maio de 2006 e março de 2007, em duas fases: a primeira com entrevista estruturada para 127 (67,2%) dos 345 egressos da especialização, residentes em nove estados do Nordeste, e a segunda com contato telefônico via web a 56 (98,2%) enfermeiros. Constatou-se que 114 (90,5%) egressos atuavam na assistência, 50 (39,7%) na administração e 47 (37,3%) na docência de enfermagem. Só em Pernambuco, os egressos lecionavam a residentes de enfermagem. Predominou a concessão da premiação pelo Ministério da Saúde a instituições com egressos. Concluiu-se que cursos de especialização em enfermagem obstétrica, financiados pelo Ministério, ensejaram ganhos a egressos e instituições, permitindo melhor assistência, resultando em premiações pela implantação de novos modelos assistenciais.

Perceptions of Nurse-Midwives of Their Residency Training and Professional Practice

“…15 Quando há quantitativo insuficiente de experiências práticas durante a qualificação profissional, as enfermeiras obstetras não se sentem adequadamente preparadas para o exercício na especialidade, sobretudo na assistência ao parto normal. 16 Portanto, a adequada articulação entre a teoria e a prática promove um processo de ensino-aprendizagem mais significativo, proporciona a segurança necessária para o exercí-cio da profissão, além de estimular a postura crítica e reflexiva necessária para o desenvolvimento da autonomia. 17 Em relação ao tempo de aprendizado em serviço na residência, as enfermeiras obstetras consideram que o quantitativo de experiências vivenciadas no curso promoveu a percepção de segurança para a atuação na especialidade: Na residência, você tem uma carga horária que te dá segurança e, depois de formada, você não fica com aquele medo e ansiedade, porque já está inserida no campo (da prática) (E. 1).…”

“…5,8 Apesar dessas premissas, as enfermeiras obstetras ainda enfrentam dificuldades para atuar diretamente na assistência ao parto no país, visto que a atenção obstétrica no Brasil permanece centrada no profissional médico e determinada por uma cultura institucional com rotinas ultrapassadas, apesar da mudança dessa realidade ser preconizada pelas políticas de saúde. 16 Essas dificuldades também são encontradas na prática profissional das enfermeiras egressas da residência:…”

“…16 Portanto, há um conjunto de fatores críticos influentes no provimento e retenção de enfermeiras obstetras no sistema de saúde brasileiro, sobretudo nos hospitais. …”

Labor and birth care by nurse with midwifery skills in Brazil

“…In order to implement a new model of care for women’s health in Brazil, in the year 2000 the Ministry of Health started to fund post-graduate courses in nursing and midwifery across the country both as a residency/specialization and as further training for nurses who already worked in maternity care [7]. These courses emphasize “humanizing” practices that take place during the labor and birth process, with the objectives of avoiding unnecessary interventions and safeguarding the privacy and autonomy of women during pregnancy, labor, birth and the postpartum period [8, 9].…”

“…This measure recognized the importance of nursing and midwifery in implementing a new policy for women’s health [7, 8], reducing the activities of nurses without midwifery skills in labor and birth care.…”