Este trabalho tem como objetivo apresentar um breve histórico sobre a política energética no Brasil, para ser possível compreender o contexto em que se insere o processo de planejamento para instalação da Usina Hidrelétrica Castanheira/UHE em Juara, Mato Grosso/MT, e a prospecção dos impactos do racismo ambiental que a população indígena Munduruku, ribeirinhos e pescadores poderão sofrer, uma vez que seus territórios estão na área de abrangência de tais impactos. Do ponto de vista da forma de abordagem do problema, trata-se de uma pesquisa social qualitativa, considerando as relações dos agentes sociais que foram escolhidos em vista da acessibilidade oferecida ao pesquisador, e de cunho bibliográfico, se embasa em expoentes como Siguad (1992), Vainer et al. (1992), Acserald (2002), Vainer (2007), Leme (2009), Derrosso et al. (2014), Zhouri et al. (2007). As consequências da construção da UHE consistem, em certa medida, na negação dos direitos e no desrespeito à liberdade dos atingidos, principalmente em relação aos diferentes modos de ser e estar no mundo, ou seja, não há respeito às identidades e memórias já que se percebe aparente menosprezo aos bens materiais e imateriais destes povos. Tais evidências configuram uma modalidade de racismo ambiental.