Saúde mental e recursos de enfrentamento em estudantes universitários brasileiros em tempos de pandemia

Abstract

Entre os jovens, os universitários compõem a classe considerada mais vulnerável a desenvolver problemas de saúde mental decorrentes da pandemia de COVID-19. Assim, uma forma de entender como a pandemia afeta os universitários é por meio do constructo senso de coerência (SOC), o qual possui importante papel moderador da saúde mental, visto que ele é capaz de prever a saúde. Este estudo teve como objetivo analisar a prevalência de sintomas depressivos e os recursos de enfrentamento (senso de coerência) em estudantes universitários durante o distanciamento social, decorrente da pandemia. Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo-exploratório e transversal. A amostra de 242 universitários caracterizou-se como não-probabilística, obtida com a aplicação da metodologia bola de neve virtual. Utilizaram-se os instrumentos: Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9), Questionário de Senso de Coerência (SOC-13) e questionário semiestruturado. Os participantes apresentaram escores sugestivos para a presença de sintomas depressivos (M=16; DP=7,56) e escores médios de senso de coerência (M=57; DP= 8,39). Houve associação significativa entre SOC-13 e PHQ-9, ou seja, foi observada uma associação forte inversa (R=-0,627) significativa (<0,0001), demonstrando que quanto maior o escore de sintomas depressivos, menor a pontuação de senso de coerência. Por fim, referente aos fatores sociodemográficos, houve associação significativa entre sexo (<0,0030), idade (<0,0001) e renda familiar (<0,0011) com sintomas depressivos e senso de coerência. Neste cenário, torna-se necessário o desenvolvimento de ações e intervenções nos campi universitários visando à promoção da saúde mental dos acadêmicos, auxiliando-os a lidar com o estresse e a depressão decorrentes da pandemia.

Os impactos da pandemia pela SARS-CoV-2 na saúde mental dos universitários: uma revisão integrativa de literatura

“…Contribuindo com esses achados os estudos realizados no estado de São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso, concluíram as mesmas causas das evidências de problemas de saúde mental presentes entre os universitários durante a pandemia de covid-19, bem como, observaram que os fatores sociodemográficos, como sexo, idade, estado civil, renda e religião influenciaram nas reações emocionais (Menegaldi-Silva et al, 2022).…”

Nada será como antes: efeitos da pandemia na saúde mental dos jovens

“…Quais mudanças e quais permanências no campo da saúde mental dos jovens podem ser enunciadas? Na literatura científica, avolumam-se estudos e reflexões que tomam por base os possíveis efeitos da pandemia a curto, médio e até a longo prazo, impactando, inclusive, as próximas gerações (3)(4)(5)(6) .…”

“…;19(3):-4 ser mais importantes. Especificamente, quando pensamos na população universitária, uma ampla gama de conhecimentos vem sendo produzida, incluindo estudos de rastreio (3)(4)(5)(6) , avaliações de intervenções e programas, bem como relatos das mais variadas experiências profissionais com esse público (7) , desde ações mais pontuais até projetos de maior envergadura.…”

“…Realizando o rastreio de sintomas de transtornos mentais comuns em estudantes de uma universidade pública do Piauí durante a pandemia, os autores identificaram uma prevalência de sofrimento psíquico de 58,7%, afetando, sobremaneira, indivíduos do sexo feminino, jovens e solteiros. O estudo corrobora diversos estudos desenvolvidos ao longo da pandemia (3)(4)(5)(6) , evidenciando a vulnerabilidade da população universitária no que se refere à saúde mental. Esperamos que esses estudos aqui reunidos possam aquecer discussões no campo da saúde mental, convidando tanto pesquisadores quanto profissionais de saúde e estudantes para um debate que, inequivocamente, deverá ser tecido considerando os efeitos da pandemia.…”